Evandro é alvo de críticas de Ciro em reunião com bancadas do PDT
Henrique Araújo é jornalista e mestre em Literatura Comparada pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Articulista e cronista do O POVO, escreve às quartas e sextas-feiras no jornal. Foi editor-chefe de Cultura, editor-adjunto de Cidades e editor-adjunto de Política.
Evandro é alvo de críticas de Ciro em reunião com bancadas do PDT
A rodada de conversa entre Camilo e deputados pedetistas que apoiam a candidatura da governadora Izolda Cela antecedeu a publicação de nota assinada por 28 parlamentares
Além de se destinar a aparar as arestas e alinhar o discurso, a reunião do presidenciável Ciro Gomes com as bancadas estadual e federal do PDT, na última segunda-feira (11), tinha um incômodo a tratar: o encontro do ex-governador Camilo Santana (PT) com parlamentares da legenda, articulado pelo petista e Evandro Leitão, presidente da Assembleia Legislativa do Ceará (AL-CE).
Realizada na quinta da semana anterior, dia 7, a rodada entre Camilo e deputados pedetistas que apoiam a candidatura da governadora Izolda Cela antecedeu a publicação de nota a favor da gestora. O documento foi assinado por quase dois terços da base aliada no Legislativo estadual – parte deles do PDT.
O episódio, segundo relatos, causou irritação em Ciro, que viu no gesto uma intromissão de Camilo nos rumos do partido, às voltas com a decisão entre Izolda e o ex-prefeito Roberto Cláudio para representar a sigla na corrida eleitoral de 2022.
Uma reunião foi então marcada para a segunda seguinte, com a participação do pré-candidato ao Planalto e dos 20 deputados da agremiação, na sede do PDT, em Fortaleza. Nela, houve gritos e, sim, choro.
O alvo principal das críticas de Ciro foi exatamente Evandro Leitão, também ele cotado para o Governo – o quarto nome na disputa é o deputado federal Mauro Filho. Conforme testemunha, o pedetista chorou durante os embates com o ex-ministro e principal liderança trabalhista, que se mostrou contrariado com a ofensiva pró-Izolda da qual o presidente da AL vinha fazendo parte juntamente com Camilo.
Depois da agenda, o presidente estadual do PDT, André Figueiredo, afirmou que, até o dia do encontro do diretório da sigla, na próxima segunda (18), os pedetistas com mandato evitariam manifestar publicamente preferências por Izolda ou RC, os dois nomes que têm polarizado o processo interno.
De lá para cá, realmente, o silêncio se impôs, mas apenas publicamente. Dentro do partido a temperatura continua alta, com as duas alas em enfrentamento constante para fazer valer as posições que adotaram nessa queda de braço.
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