Presidente do PSD no Ceará, o ex-deputado estadual Domingos Filho confirmou neste sábado (23) presença na convenção do PDT que vai oficializar amanhã o ex-prefeito Roberto Cláudio como candidato do partido ao Governo do Estado.

A ida de Domingos ao evento praticamente sela o nome do dirigente como vice na chapa encabeçada por RC, fechando a primeira composição que disputa a sucessão da governadora Izolda Cela (PDT) em 2022.

Ex-vice-governador da gestão de Cid Gomes, Domingos tem chegada prevista ao local de realização da cerimônia às 9h30min, no ginásio do colégio Farias Brito, no Centro.

À tarde, a partir das 18 horas, é a vez de o PSD realizar a sua própria convenção, homologando a chapa de deputados estaduais e federais para as eleições deste ano. O ato está marcado para o município de Tauá, berço político da família Aguiar, capitaneada por Domingos.

Maior liderança do PSD cearense, Domingos vem pleiteando a vaga de vice desde o início do ano, quando passou a evitar manifestações públicas sobre os rumos do PDT em relação a quem seria o candidato escolhido pela legenda.

Ao final de quatro meses de um processo desgastante no qual RC venceu Izolda no voto, numa briga pela indicação para representar o partido, Domingos está perto de se tornar novamente vice numa aliança com o grupo dos irmãos Ferreira Gomes.

A diferença agora é que Ciro, Ivo e Cid Gomes estão divididos não somente no que diz respeito ao postulante a chefe do Executivo, mas também a seu vice. Pelas redes sociais nos últimos dias, Ivo, prefeito de Sobral, demonstrou contrariedade com uma possível coligação com o PSD de Domingos.

Na véspera do encontro do PDT que definiria Roberto como candidato, no dia 18 de julho, o mais novo dos Ferreira Gomes escreveu que, quando ainda era deputado estadual, houve “um descarado aparelhamento político do Tribunal de Contas dos Municípios”, à época presidido pelo hoje presidente do PSD.

“Prefeitos e outros políticos estavam sendo achacados e chantageados. A chantagem consistia em aprovar ou reprovar contas em troca de apoio a outros políticos”, continuou o gestor pedetista.

Em seguida, Ivo confidenciou que Cid também partilhava da opinião sobre o apoio à reeleição de Izolda, tese defendida pelo ex-governador Camilo Santana (PT), mas rejeitada por outros nomes do PDT, como Ciro.

Neste domingo, a participação de Ivo e Cid no evento de RC está descartada. Afastado das articulações desde que o partido trabalhista decidiu isolar Camilo e preterir Izolda na disputa, Cid tem evitado agendas públicas. O senador e ex-governador não esteve, por exemplo, na convenção que homologou Ciro como candidato ao Planalto, em Brasília, na última semana.