A nova rodada do Ipespe divulgada pelo O POVO neste sábado (1º/10), véspera da votação, acendeu o alerta para a campanha de Capitão Wagner (União Brasil) na disputa pelo Governo do Ceará.

Pela primeira vez na série histórica do levantamento, o candidato de oposição aparece numericamente atrás de Elmano Freitas (PT), que avançou cinco pontos em relação à sondagem anterior, passando de 28% das intenções de voto para 33% (ou 39% em votos válidos).

Wagner, nesse mesmo movimento, caiu seis pontos, indo de 37% para 31% (ou 37% em votos válidos), enquanto Roberto Cláudio (PDT) apenas oscilou: foi de 19% para 20% (ou 23% em votos válidos).

Embora tecnicamente empatado com o candidato petista, Wagner cedeu a liderança na reta final. Desde o início das consultas do Ipespe, essa é a primeira queda expressiva do concorrente ao Abolição, que vinha à frente durante toda a campanha.

Em fins de julho e início de agosto, Wagner marcava 38%, abrindo larga vantagem sobre o segundo colocado.

De lá para cá, se deslocou para 36% e depois para 37%, tudo dentro da margem de erro, que é de 3,2 pontos para mais ou para menos no Ipespe. A perda de seis pontos, contudo, está fora da margem.

Considerando-se que RC permaneceu no mesmo patamar, a sugestão da pesquisa atual é de que Elmano cresceu tirando votos diretamente de Wagner – talvez de um eleitor que estaria inclinado a votar em Lula para presidente e no postulante do União para governador, mas acabou descobrindo apenas agora que o nome apoiado pelo ex-presidente é Elmano.

Isso explicaria a perda de força de Wagner e a manutenção das intenções de votos de RC, mas também a vinda de Lula ao Ceará ontem, cuja função se destinaria a fundir as imagens de Elmano e Lula.

Para o candidato do PT, além de encabeçar a corrida, essa é a boa notícia, sobretudo se se pensar na hipótese de um segundo turno contra Capitão Wagner.

Já para RC, o Ipespe trouxe um alento depois de uma trajetória decrescente: a estagnação. A um dia da eleição, 11 pontos o separam do segundo colocado.

A poucas horas da votação, é difícil que haja qualquer movimentação que altere esse quadro – salvo, é claro, migrações de votos de última não captadas pelas pesquisas.