A retirada da candidatura de Leo Couto (PSB) da disputa pela presidência da Câmara sinaliza não apenas uma tentativa de pacificação da base aliada do prefeito José Sarto (PDT) na Câmara de Vereadores de Fortaleza.

A saída, que atende a pedido de Cid Gomes, segundo enfatizou Couto em nota divulgada nesta quarta-feira (16), aponta também para um esforço do senador pedetista de pavimentar a ida do PDT para o bloco de sustentação do governo Elmano Freitas (PT) na Assembleia.

Cid, publicamente, já havia manifestado que buscaria esse entendimento dentro da legenda, que vive ainda sob clima conflagrado depois do racha nas eleições para o Abolição em 2022.

Dentro do PDT, há um grupo cuja posição tem sido a de defender que a sigla se mantenha na oposição a Elmano. Presidente estadual, o deputado federal André Figueiredo pertence a esse time.

Foi nesse contexto que o dirigente nacional do PDT, Carlos Lupi, veio à capital cearense para apaziguar os ânimos e anunciar que a postura da agremiação em relação ao novo governo seria discutida em uma comissão.

Dela farão parte Cid, Roberto Cláudio, José Sarto e o próprio Figueiredo, além de Ciro, que seria uma espécie de conselheiro maior, nas palavras de Lupi.

A desistência de Couto é parte dessa ofensiva cidista para refazer as relações no ninho trabalhista no pós-eleição.

Agora candidato único ao comando do legislativo municipal, Gardel Rolim (PDT) é apoiado por Sarto, de quem é líder na Casa. Sua eleição agora é favas contadas.

Na prática, o gesto de Couto não deve garantir totalmente a unidade do PDT em torno da tese da adesão à base de Elmano, mas deve facilitar bastante as tratativas.