Henrique Araújo é jornalista e mestre em Literatura Comparada pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Articulista e cronista do O POVO, escreve às quartas e sextas-feiras no jornal. Foi editor-chefe de Cultura, editor-adjunto de Cidades e editor-adjunto de Política.
Em entrevista, Cid afirmou que "o partido perdeu" e que precisa "virar a página", mas "algumas pessoas não admitem o erro"
Pela primeira vez desde as eleições de 2022, o senador Cid Gomes (PDT) falou abertamente sobre o que classifica como “escolhas equivocadas” do PDT na disputa da qual a legenda saiu derrotada, ocupando um terceiro lugar com o ex-prefeito Roberto Cláudio.
Em entrevista nesta quinta-feira (23) à repórter Júlia Duarte, Cid afirmou que “o partido perdeu” e que precisa “virar a página”, mas “algumas pessoas não admitem o erro e querem continuar alimentando divergência”.
Quem não admite o erro? Cid não nomeou a quem se destinava a mensagem, mas é fácil supor de quem se tratava.
O pedetista também disse que “ninguém foi mais sacrificado pessoalmente do que eu”, numa referência ao silêncio autoimposto durante o pleito, de modo a não se indispor com o irmão Ciro Gomes, então candidato à Presidência e principal defensor da candidatura de RC.
“Eu me impus um sacrifício no processo eleitoral em função das decisões que foram tomadas, fiquei calado o tempo todo”, desabafou.
Obviamente, o senador faz menção, no trecho acima, ao rompimento com o PT e posterior lançamento de RC como postulante ao Governo do Estado contra Elmano de Freitas depois de Izolda Cela, então governadora, ter sido rifada.
De passagem, o pedetista reafirmou ainda o que entende como “cumplicidade” do “PDT” com o projeto do qual Elmano representa continuidade e argumentou a favor de participação ativa da legenda na gestão que sucede à de Camilo Santana.
Lembrou, numa aritmética básica, que dez dos 13 deputados estaduais do PDT apoiam o Abolição e que, até agora, o petista tem dado mostras de querer fazer um governo de coalização com a sigla.
“Vamos divergir por uma questão de fígado?”, perguntou Cid.
Não se sabe se suas palavras vão apaziguar a legenda depois de hoje, mas as cartas estão postas na mesa.
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