Prefeito de Aracati, Bismarck Maia deixou o PDT nesta quinta-feira, 4. O gestor assume o comando do Podemos no Ceará. Não é um movimento trivial.

Pai do deputado federal Eduardo Bismarck, Maia é figura muito próxima do senador Cid Gomes, que segue filiado ao partido trabalhista. Dificilmente daria qualquer passo, sobretudo dessa envergadura, sem uma conversa prévia com o parlamentar e ex-governador do Estado.

Ao deixar o PDT, o chefe do Executivo municipal passa a dirigir uma sigla que, em caso de debandada de pedetistas insatisfeitos, pode lhes servir de abrigo.

Nos bastidores, conta-se que o movimento é calculado. O alvo, claro, é 2024.

A finalidade seria, primeiro, oferecer legenda a esses novos quadros, incluindo-se prefeitos, e, de quebra, esvaziar o PDT local, sob presidência de Roberto Cláudio.

RC, que reúne diretório hoje pela primeira vez desde que a executiva no município foi oficializada, postula candidatura à reeleição de José Sarto (PDT), com apoio entusiasmado de Ciro Gomes e de boa parte da bancada de vereadores de Fortaleza, mas oposição de deputados estaduais.

O cenário, portanto, é de cisão, com uma ala expressiva dos pedetistas alinhada com o governador Elmano de Freitas (PT) e o ministro da Educação Camilo Santana, ambos do PT.

Nessa dança das cadeiras que parece estar prestes a começar às vésperas do pleito, qual seria então o lugar do Podemos?

Uma das possibilidades, conforme relato de fonte à coluna, é como uma alternativa de domicílio partidário para o deputado estadual Evandro Leitão, por exemplo, cotado para representar o governismo na disputa pela Prefeitura de Fortaleza.

A pouco menos de um ano e meio das eleições, as peças estão sendo movidas no tabuleiro. Nele, o precoce lançamento de Evandro como potencial candidato está combinado, evidentemente, com a migração de membros do PDT para legendas que estão na esfera de influência do Abolição.