O PDT, o trator e o Fusca: cenas de uma peleja partidária
Henrique Araújo é jornalista e mestre em Literatura Comparada pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Articulista e cronista do O POVO, escreve às quartas e sextas-feiras no jornal. Foi editor-chefe de Cultura, editor-adjunto de Cidades e editor-adjunto de Política.
O PDT, o trator e o Fusca: cenas de uma peleja partidária
Com a partida reiniciada exatamente do ponto onde havia parado, Cid, para quem a dissolução do diretório tinha sido uma "fraude" arquitetada "na calada da noite", confirmou que a sigla se reúne na próxima segunda, 16
Entre julho e o começo de outubro, o PDT no Ceará passou por três presidentes: André Figueiredo, que cedeu o comando para Cid Gomes, que foi apeado pelo mesmo André, que reassumiu a função, mas logo em seguida alocou na cadeira uma aliada (Cristhina Brasil).
Dos três, Brasil foi a mais breve: poucos dias depois de estar à frente do partido no estado, foi desalojada do posto após dupla decisão da Justiça, na primeira instância e no âmbito eleitoral, ambas favoráveis a Cid.
Embora liminares e sem se aterem ao mérito dos pedidos, as medidas representam vitória para o senador na queda de braço interna que trava com a ala opositora do PDT.
Por ora, André Figueiredo, deputado federal e também dirigente nacional pedetista, segue na presidência estadual da legenda. Mas talvez não perdesse dinheiro quem apostasse em nova (re) reviravolta, caso a cúpula trabalhista recorra das ações acolhidas pelos magistrados locais.
Com a partida reiniciada exatamente do ponto onde havia parado, Cid, para quem a dissolução do diretório tinha sido uma “fraude” arquitetada “na calada da noite”, confirmou que a sigla se reúne na próxima segunda, 16, com a intenção de eleger uma nova executiva cearense.
A partir das 15 horas, na Nunes Valente, 145, grupos cidista e pró-Figueiredo devem estar presentes na sede do partido para mais um tira-teima dentre os tantos pelos quais a agremiação já passou desde o ano passado.
Alinhada com o irmão, a deputada estadual Lia Gomes chegou a dizer que, na hipótese de Cid deixar o PDT, os remanescentes caberiam num Fusca.
Entre pedetistas próximos de André e do ex-prefeito Roberto Cláudio, não parece haver problema nisso. Pelo contrário, RC até rebateu a declaração da correligionária ao dizer que já houve uma época em que a força partidária sequer tinha um Fusca.
O veículo, então, acabou se tornando mascote informal desse bloco – é a “turma do Fusca”.
Do outro lado da mesa, porém, há um grupo mais numeroso: é a turma do Cid, que já se mostrou hábil conduzindo uma motoneta (durante as campanhas em Fortaleza) e até mesmo um trator.
Política como cenário. Políticos como personagens. Jornalismo como palco. Na minha coluna tudo isso está em movimento. Acesse minha página
e clique no sino para receber notificações.
Esse conteúdo é de acesso exclusivo aos assinantes do OP+
Filmes, documentários, clube de descontos, reportagens, colunistas, jornal e muito mais
Conteúdo exclusivo para assinantes do OPOVO+. Já é assinante?
Entrar.
Estamos disponibilizando gratuitamente um conteúdo de acesso exclusivo de assinantes. Para mais colunas, vídeos e reportagens especiais como essas assine OPOVO +.