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A cota de André Fernandes no indiciamento de Bolsonaro
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Henrique Araújo é jornalista e mestre em Literatura Comparada pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Articulista e cronista do O POVO, escreve às quartas e sextas-feiras no jornal. Foi editor-chefe de Cultura, editor-adjunto de Cidades e editor-adjunto de Política.

A cota de André Fernandes no indiciamento de Bolsonaro

Certo de que prestava grande ajuda a Bolsonaro, Fernandes, além de ter se tornado objeto de inquérito no STF, acabou por arrastar o ex-presidente para o olho do furacão
André Fernandes é autor do requerimento que deu início à CPI mista dos atos golpistas de 8 de janeiro (Foto: Samuel Setubal)
Foto: Samuel Setubal André Fernandes é autor do requerimento que deu início à CPI mista dos atos golpistas de 8 de janeiro

Aprovado com folga nesta quarta-feira (18) na CPI mista dos atos golpistas de 8 de janeiro, o indiciamento de Jair Bolsonaro (PL) não seria possível sem a colaboração do deputado federal André Fernandes (PL-CE), autor do requerimento de abertura da comissão.

À época da mobilização de assinaturas para instaurar o colegiado, em abril passado, o jovem parlamentar sustentava nas redes sociais que a investigação mostraria quem de fato havia operado para viabilizar os atos criminosos do 8 de janeiro.

Não parecia uma estratégia muito inteligente, mas o recém-chegado à Câmara apostou alto nela. E perdeu, mesmo com a contemporização quanto à participação dos militares nos ataques às sedes dos três Poderes.

Certo de que prestava grande ajuda a Bolsonaro, Fernandes, além de ter se tornado objeto de inquérito no STF, acabou por arrastar o ex-presidente para o olho do furacão, jogando holofotes sobre caso que tinha tudo para cozinhar em fogo baixo nos meses que se seguiram.

Por um motivo: o governo tampouco tinha interesse na apuração dos fatos, talvez porque soubesse que uma investigação a fundo levaria à caserna, instituição com a qual Lula procura aparar as arestas.

O deputado cearense insistiu em mirar no que considerava como uma omissão de Lula e do ministro Flávio Dino (Justiça) em relação ao 8/1, mas findou por atirar no pé do próprio aliado, agora mais implicado nos crimes praticados naquele domingo de janeiro.

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