Atendendo a pedido do governador Elmano de Freitas, o PT municipal decidiu adiar para até março de 2024 a escolha do nome da candidatura do partido à Prefeitura de Fortaleza.

Em conversa com a coluna na noite desta quinta, 2, o deputado federal petista e líder do governo Lula na Câmara, José Guimarães, afirmou que o “diretório na capital cearense se reuniu, por sugestão do governador, e foi transferida a nossa decisão (de postulante) do PT de Fortaleza para março de 2024”.

Sob presidência do deputado estadual Guilherme Sampaio, a executiva da legenda na cidade vinha mantendo agenda de conversas desde o início desta semana, com encontro mais extenso na última quarta-feira, 1º de novembro.

No curso do debate interno, integrantes do colegiado entenderam que a definição de candidato ou candidata do PT à sucessão do prefeito José Sarto (PDT) deve se dar no prazo que for necessário à costura de uma unidade da própria base de Elmano, jogando qualquer batida de martelo em relação a nome apenas para o ano que vem.

Um novo encontro do PT foi marcado para dia 11 de novembro, agora do diretório da sigla, instância partidária mais ampla do que a executiva e com poder decisório para apresentar resolução que oriente o processo na agremiação.

Ainda segundo Guimarães, o ponto central que baliza essas discussões é “garantir a unidade do PT e da base de sustentação política do governador Elmano, evidentemente respeitando as preferências de cada um”.

Para o deputado, “três questões norteiam a estratégia eleitoral” para 2024, a primeira das quais é apresentar concorrentes “nas capitais onde temos chances reais de disputa, e Fortaleza é o caso”.

Nesse sentido, o ganho de tempo representa não somente fôlego para compatibilizar divergências entre as correntes que formam o partido, mas também “ajudar na construção de uma candidatura de consenso” para a disputa eleitoral que se avizinha.

Esse movimento do PT se segue imediatamente à vitória de Evandro Leitão na Justiça na última segunda-feira, 30/10, quando o pleno do TRE-CE, por unanimidade, julgou procedente uma ação de justificação de desfiliação partidária apresentada pelo deputado estadual do PDT e presidente da Assembleia Legislativa.

Uma vez fora da legenda trabalhista, um dos possíveis destinos de Evandro é justamente o partido de Elmano e do ministro Camilo Santana, dois aliados de primeira hora.

Governistas rebatem críticas de Ciro

As 48 horas após a convenção do PSDB na segunda (30/10) foram usadas pela base governista no Estado para rebater declarações de Ciro Gomes (PDT) dirigidas ao governador Elmano e ao antecessor no cargo, Camilo.

Do líder do Governo, Romeu Aldigueri (PDT), a Francisco de Assis Diniz (PT), ambos deputados estaduais, a resposta foi também contundente.

De Assis, por exemplo, fez lembrar, em discurso na Assembleia, que o sogro de Ciro é parte da gestão estadual, tão duramente criticada pelo ex-presidenciável.

Já Aldigueri ironizou ao dizer que “não deve ser fácil para Ciro ver desmoronar seu projeto político”.