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Divergência, acusação e bate-boca: programa de Sarto coloca Salmito e Maia Jr. em rota de colisão
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Henrique Araújo é jornalista e mestre em Literatura Comparada pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Articulista e cronista do O POVO, escreve às quartas e sextas-feiras no jornal. Foi editor-chefe de Cultura, editor-adjunto de Cidades e editor-adjunto de Política.

Divergência, acusação e bate-boca: programa de Sarto coloca Salmito e Maia Jr. em rota de colisão

Após falas de Adail Jr. (PDT) em grupo de WhatsApp, secretário Salmito Filho (SDE) e o ex-titular da pasta, Maia Júnior, subiram tom de discussão em torno do encerramento do programa "Nossas Guerreiras", da gestão Sarto
Salmito Filho, titular da SDE no governo de Elmano de Freitas (Foto: FÁBIO LIMA)
Foto: FÁBIO LIMA Salmito Filho, titular da SDE no governo de Elmano de Freitas

O programa “Nossas Guerreiras”, da gestão do prefeito José Sarto (PDT), foi pivô, na última semana, de enfrentamento acalorado entre o secretário estadual Salmito Filho (Desenvolvimento Econômico) e Maia Júnior, que o antecedeu no cargo durante os governos de Camilo Santana (PT) e Izolda Cela (sem partido).

O entrevero se deu após publicação de texto, de autoria do vereador Adail Júnior (PDT), em um grupo de WhatsApp. Nele, o parlamentar acusa o Abolição de suspender repasses que subsidiavam a iniciativa da Prefeitura, uma das promessas de campanha da administração pedetista na capital cearense.

“Merece destaque o corte do programa ‘Nossas Guerreiras’, que tinha potencial para fazer a diferença na vida das mulheres da cidade”, escreveu Adail.

Membro do mesmo grupo, o titular da SDE rebateu de pronto: “Mentiras. O programa ‘Mulheres Guerreiras’ foi interrompido em 2022 por não cumprir as metas de prestações de contas”.

“Portanto, não foi no governo Elmano e nem foi por questões políticas”, continuou Salmito, “foi por ausência de prestações de contas nos prazos acertados no convênio por parte da Prefeitura de Fortaleza”.

Em seguida, o secretário respondeu que podia “garantir que o governador Elmano não faz perseguição política”.

Maia Jr. entra no debate

Foi nesse ponto que Maia Jr., também parte da comunidade no aplicativo, interveio. Segundo ele, “a bem da verdade, o programa ‘Nossas Guerreiras’, executado pela SDE do município de Fortaleza em parceria com o Governo do Estado através da Sedet, após a prestação de contas da SDE/PMF e por determinação da governadora Izolda e do secretário da Casa Civil de então Chagas Vieira, teve cumpridas todas as parcelas previstas até dezembro de 2022, no plano de trabalho aprovado”.

O ex-SDE de Camilo/Izolda então complementou: “Esta posição é a verdade transparente, e estou esclarecendo de forma cristalina o que consta no processo deste convênio”.

A partir daí, no entanto, o caldo entornou, com Salmito reafirmando que “não houve a devida prestação de contas por parte da Prefeitura de Fortaleza em 2022”, mas que iria “demonstrar com documentos na próxima segunda (hoje)”.

Entre uma declaração e outra, Maia Jr. e Salmito elevaram o tom, que escalou rapidamente para um patamar que, digamos assim, excedeu em muito o perfil cordato e pacífico de ambos.

Salmito responde

À coluna, o secretário Salmito reiterou, no último sábado, 4, que iria “verificar a documentação na segunda-feira para esclarecer”, acrescentando que postará “lá no grupo, como afirmei”.

Maia Jr. devolve

Também procurado, o ex-secretário Maia Jr. sustentou que o “programa ‘Nossas Guerreiras’ teve sua prestação de contas tomada integral e todas as suas obrigações do Estado para com o convênio cumpridas em 2022”.

Maia ressaltou ainda que, “como o programa total era para ser concluído em dezembro de 2022, e ele não conseguiu executar todo o valor do convênio, nós mandamos um projeto de lei para a Assembleia, que autorizou o convênio passar para o ano seguinte (2023)”.

“Não paguei esse convênio sem autorização nem da Casa Civil nem da governadora. Porque havia uma orientação para mim de não demonstrar nenhuma retaliação ao município de Fortaleza. Esse era o procedimento do Camilo, esse era o procedimento da Izolda. Não houve nenhuma ação política nesse sentido, pelo menos até 31 de dezembro de 2022”, concluiu o ex-secretário.

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