Henrique Araújo é jornalista e mestre em Literatura Comparada pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Articulista e cronista do O POVO, escreve às quartas e sextas-feiras no jornal. Foi editor-chefe de Cultura, editor-adjunto de Cidades e editor-adjunto de Política.
Hoje ainda à frente da executiva estadual do PDT, o senador procura um partido sobre o qual possa ter ascendência e poder decisório
Embora parte significativa dos prefeitos e deputados cidistas tenha preferência pelo PSB como novo endereço partidário, o senador Cid Gomes vem levando outras variáveis em consideração antes de fechar questão sobre seu destino.
De saída do PDT, o ex-governador pavimenta o caminho de desfiliação de gestores municipais e vereadores alinhados para uma das forças que compõem o arco de sustentação de Elmano de Freitas e de Camilo Santana no Ceará.
Para esse grupo, entre as legendas que já apresentaram convite, o PSB parece mais atrativo, seja por se tratar de sigla mais estruturada, seja por estar mais diretamente vinculada ao camilismo no estado, o que facilitaria o projeto de eleição ou de reeleição desses atores políticos municipais.
No caso de Cid, porém, a agremiação socialista não é a melhor opção, conforme relatam aliados. Hoje ainda à frente da executiva estadual do PDT, o senador procura um partido sobre o qual possa ter ascendência e poder decisório.
Mesmo com as portas abertas do PSB e a simpatia de lideranças, Cid chegaria a uma casa cuja direção já estaria nas mãos de um nome de peso (Eudoro Santana, pai de Camilo), ou seja, não teria lá o mesmo protagonismo que teve durante suas passagens anteriores por PDT, Pros e pelo próprio PSB.
Desse modo, a resposta para Cid seria o Podemos, que já vem recebendo quadros estreitamente ligados a ele, a exemplo do prefeito de Aracati, Bismarck Maia, dirigente estadual da agremiação.
Diferentemente do PSB, o Podemos já se mostrou, por meio de sua executiva nacional, mais aberto a um possível ingresso de Cid e de seu entorno imediato nas suas fileiras.
Uma vez nele, o congressista não estaria necessariamente atrelado a Camilo, tendo mais liberdade de movimentos do que se estivesse filiado ao PSB.
Outro fator que tende a afastar Cid do partido é a relação de reciprocidade que o PSB cearense mantém com o PDT em Pernambuco, notadamente em Recife, cidade governada pelo prefeito João Campos (PSB).
Como para as duas legendas é vital assegurar a continuidade das gestões de Campos e do pedetista José Sarto em Fortaleza, um acerto entre elas não está descartado, o que poderia colocar em risco os planos do bloco cidista.
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