Henrique Araújo é jornalista e mestre em Literatura Comparada pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Articulista e cronista do O POVO, escreve às quartas e sextas-feiras no jornal. Foi editor-chefe de Cultura, editor-adjunto de Cidades e editor-adjunto de Política.
Presidente estadual do PSB, Eudoro Santana prevê ingresso do senador Cid Gomes e de seu grupo político da melhor maneira possível.
O ex-governador do Ceará e o dirigente se encontraram na última quinta-feira, 21, depois de semanas de negociações, que se estendem às instâncias local e nacional do partido.
De saída do PDT, Cid mantém conversas com PSB e Podemos, duas agremiações de preferência de seu bloco, que inclui deputados, vereadores e prefeitos.
Questionado sobre o andamento dessas tratativas, Eudoro respondeu que a rodada com Cid “foi muito boa” e que está “estudando, com muito carinho, para que essa travessia do grupo do PDT liderado pelo companheiro Cid Gomes seja feita com a maior harmonia possível”.
Eudoro evitou cravar, porém, se a ida do senador está de fato confirmada ou se ainda há pendências a resolver, tais como as questões regionais envolvendo Recife em 2024.
“Tudo está conforme planejado”, limitou-se a dizer o presidente estadual da sigla socialista.
Desde que anunciou que se desfiliaria do PDT, Cid tem agendado uma série de reuniões para selar o destino partidário do grupo, mas vem adiando esse momento.
A mais recente foi em 18 deste mês, quando comunicou que o PSB havia pedido mais tempo para contornar algumas arestas para a entrada dos cidistas. A principal delas é o acordo firmado entre PSB e PDT, de apoio mútuo em Fortaleza e no Recife, onde a vice-prefeita é pedetista, ou seja, uma aliada do PSB.
Eudoro tem dito, todavia, que essa costura local não deve amarrar o PSB ao PDT fora de Pernambuco. Presidente nacional do PDT, o deputado federal André Figueiredo apresenta entendimento diferente. Para ele, ter o apoio do PSB na capital cearense é pré-condição para a recíproca na capital pernambucana.
Esse imbróglio vem empurrando a filiação do bloco pedetista ao PSB e ampliando tensões sobretudo entre prefeitos do Ceará, que já esperavam ter resolvido esse dilema no fim do ano.
Para muitos dos mais de 40 gestores municipais que devem sair do PDT, a melhor escolha é por alguma legenda mais próxima do Abolição e do ministro Camilo Santana (PT).
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