Evandro e Sarto travam queda de braço na transição
Henrique Araújo é jornalista e doutorando em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará (UFC), com mestrado em Sociologia (UFC) e em Literatura Comparada (UFC). Cronista do O POVO, escreve às quartas-feiras no jornal. Foi editor-chefe de Cultura, editor-adjunto de Cidades, editor-adjunto de Política e repórter especial. Mantém uma coluna sobre bastidores da política publicada às segundas, quintas e sextas-feiras.
Evandro e Sarto travam queda de braço na transição
De Evandro se ouvem muitas queixas, todas concentradas na alegada escassez de dados e, mais difusamente, nas condições de operação de equipamentos da saúde, a exemplo do IJF
A transição entre Evandro Leitão (PT) e José Sarto (PDT) se converteu em mais um capítulo da tumultuada relação entre os ex-aliados, como se supunha que pudesse acontecer, embora os primeiros sinais emitidos por suas equipes houvessem sugerido que tudo seria diferente agora.
A queda de braço pública se dá ainda em termos genéricos, é verdade, tendo como pivô informações (quais?) faltantes no processo de passagem de uma gestão para outra.
De Evandro se ouvem muitas queixas, todas concentradas na alegada escassez de dados e, mais difusamente, nas condições de operação de equipamentos da saúde, a exemplo do IJF.
Para ele, não há dúvida de que, se a transição não saiu do papel, a culpa é do Sarto.
O prefeito, por sua vez, nega qualquer ímpeto revanchista, pondo-se à disposição para cooperar.
Renato Lima, encarregado do Paço nos trabalhos ao lado de Gabriella Aguiar – a vice-prefeita eleita –, rejeita tese segundo a qual o Executivo municipal estaria dificultando o entendimento entre as partes.
Como se nota, há disse-me-disse no meio do qual não se sabe ainda quem tem razão, mas talvez isso nem interesse ao fim e ao cabo, visto que o ponto central é compreender a função administrativa da transição.
Que não se instaura essa interlocução apenas por gosto nem capricho, mas para que haja transmissão concreta de mando de campo, primeiro informal e depois oficialmente, de modo a evitar descontinuidades em políticas sensíveis.
A finalidade é deixar a par o prefeito que assume as rédeas da máquina, cujas ações não podem estar às cegas para só então tomar pé do quadro geral, com o carro já andando.
Grosso modo, é mais ou menos aquilo que Elpídio Nogueira, ex-titular da Cultura, começou a fazer com Mayra Pinheiro ainda com a eleição em curso.
A diferença é que não se trata agora de gesto expressando preferência eleitoral, mas de obrigação constitucional sem a qual a execução das tarefas do gestor fica comprometida.
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