Henrique Araújo é jornalista e doutorando em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará (UFC), com mestrado em Sociologia (UFC) e em Literatura Comparada (UFC). Cronista do O POVO, escreve às quartas-feiras no jornal. Foi editor-chefe de Cultura, editor-adjunto de Cidades, editor-adjunto de Política e repórter especial. Mantém uma coluna sobre bastidores da política publicada às segundas, quintas e sextas-feiras.
Deputado Bruno Pedrosa se junta a Oriel Filho, que também desembarcou do trabalhismo para se abrigar sob o teto petista
Foto: FERNANDA BARROS
Deputado estadual Bruno Pedrosa
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O PT filiou mais um pedetista de cepa "cidista", digamos assim. Deputado estadual, Bruno Pedrosa ingressou na legenda do ministro Camilo Santana (Educação) na tentativa de pavimentar recondução para o mandato na Assembleia Legislativa do Ceará (Alece) ano que vem. O agora ex-PDT se junta a Oriel Filho, que também desembarcou do trabalhismo para se abrigar sob o teto petista.
Com a entrada dos dois, a sigla chega a dez parlamentares na Casa, segundo cálculos de Francisco de Assis Diniz (PT), ficando atrás apenas do PSB do próprio senador Cid Gomes. À coluna, um interlocutor segredou que o ex-governador teria se sentido contrariado com o drible de mais um aliado. Considerado como "escorregadio" para uns, nem exageradamente próximo de Cid nem tão "camilista", Pedrosa vinha estudando o cenário antes de tomar decisão.
Apesar das dúvidas, havia expectativa no PSB de que o deputado reconsiderasse sua disposição para escolher o partido do chefe do Abolição. Mas não houve possibilidade de convencimento. Já na segunda última, 17, a coluna registrou que a tendência de Pedrosa era então assinar a ficha do PT nos próximos dias, e não do PSB, em mais um lance dessa batalha silenciosa que tem sido travada entre as duas maiores forças da base.
O assassinato da jovem Natany Alves, de 20 anos, tornou-se motivo de embate entre o governo de Elmano de Freitas (PT) e a oposição. Pelas redes sociais, o ex-deputado federal Capitão Wagner (União Brasil) divulgou vídeo no qual encena diálogo com a deputada federal Dayany Bittencourt, com quem é casado, e o filho.
O tema é o sequestro seguido de morte no último domingo, em Quixeramobim. Na peça, Wagner lamenta regalias a que, segundo ele, os três homens presos pelo latrocínio terão direito se forem condenados, tais como progressão de pena.
No "X", antigo Twitter, o ex-candidato ao Paço acrescentou: "Por que será que esse vídeo incomodou tanto o Governo? Será que é porque ele está com mais de meio milhão de visualizações? Não! O que incomoda o Governo é a verdade dita de forma simples pra todo mundo entender".
Foto: Fco Fontenele e Aurélio Alves
Capitão Wagner e Chagas Vieira
A resposta do Governo a Wagner
Também pela plataforma, o secretário da Casa Civil do Abolição, Chagas Vieira, respondeu: "Vi hoje vídeo do ex-eterno-candidato-derrotado num teatro de 5ª categoria explorando o trágico caso da jovem de Quixeramobim morta covardemente. Nossa vice Jade repudiou o grave oportunismo barato.
Mas, o que esperar de alguém cuja maior experiência na segurança foi fazer motim?". Escalado para fazer esse enfrentamento com Wagner e o ex-prefeito Roberto Cláudio (PDT) sempre que o tema for segurança, Chagas tem se convertido em ponta de lança de Elmano nessa seara.
Talvez não por acaso, 72 horas depois da morte de Natany, episódio cuja repercussão certamente trará algum desgaste político, o governador apresenta nesta quinta-feira, 20, seu principal trunfo contra a violência no Estado: o plano de Metas Integradas de Segurança Pública, que é parte do programa "Ceará contra o Crime" (CCC).
De nome autoexplicativo, trata-se da aposta do chefe do Executivo para reduzir os índices de homicídios em 2025 e chegar à disputa eleitoral do ano que vem com patamares menos alarmantes. A ação prevê fixação de parâmetros para o segmento e gratificação aos profissionais de segurança que se engajarem na melhora do quadro.
Na prática, Elmano retoma ferramenta já existente, mas cuja execução havia sido encerrada no 2º mandato de Camilo. Às voltas com dados preocupantes e uma reeleição pela frente, o governador tem movido suas peças: trocou o titular da SSPDS, mudou o comando da PM, retomou uma política de resultados incertos e criou o CCC, lançado em 2024 como uma espécie de "Ceará Pacífico" da era Elmano.
Política como cenário. Políticos como personagens. Jornalismo como palco. Na minha coluna tudo isso está em movimento. Acesse minha página
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