171 escolas de Fortaleza deixaram de receber obras infantis criticadas por deputada bolsonarista
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Henrique Araújo é jornalista e doutorando em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará (UFC), com mestrado em Sociologia (UFC) e em Literatura Comparada (UFC). Cronista do O POVO, escreve às quartas-feiras no jornal. Foi editor-chefe de Cultura, editor-adjunto de Cidades, editor-adjunto de Política e repórter especial. Mantém uma coluna sobre bastidores da política publicada às segundas, quintas e sextas-feiras.
171 escolas de Fortaleza deixaram de receber obras infantis criticadas por deputada bolsonarista
Em meados de fevereiro passado, a parlamentar estadual protocolou requerimento na Assembleia Legislativa do Ceará solicitando a retirada dos livros
Foto: Arquivo pessoal
Livros infantis encaminhados para escolas da rede de Fortaleza
Ao todo, 171 escolas da rede municipal de Fortaleza deixaram de receber duas obras literárias infantis alvos de tentativa de censura pela deputada bolsonarista Silvana Oliveira, do PL.
Os dados foram encaminhados à coluna pela Secretaria Municipal de Educação (SME).
Em meados de fevereiro passado, a parlamentar estadual protocolou requerimento na Assembleia Legislativa do Ceará solicitando a retirada dos livros “Alfrabeto", de Georgiana Neves Moreno Silva, e "E o medo, que medo tem?", de Ana Paula Marques, ambos parte do projeto Paic – Prosa e Poesia, do Governo do Estado.
Segundo ela, havia “mensagem subliminar” nos trabalhos, um sobre diversidade e outro sobre religiosidade afro-brasileira.
De acordo com a SME, contudo, os kits encaminhados para outras 80 unidades de ensino da capital cearense continham as duas obras em questão, mas não outras.
Finalmente, aproximadamente 30 escolas não haviam recebido nenhum livro à época dos ataques da deputada, que chegou a se manifestar no plenário e nas redes sociais.
Ainda conforme a pasta, teria havido falha na distribuição dos produtos, já solucionada.
Ao longo da semana, a ausência desses livros provocou discussão. Autores ouvidos pela coluna, por exemplo, acusaram a Prefeitura de censura ao excluir as obras, selecionadas via edital preparado pelo Governo.
Nessa quinta-feira, 12, o chefe do Executivo estadual, Elmano de Freitas, negou qualquer possibilidade de censura em relação ao caso, assegurando que os livros de literatura infantil continuariam a ser distribuídos pela Governo.
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