Henrique Araújo é jornalista e doutorando em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará (UFC), com mestrado em Sociologia (UFC) e em Literatura Comparada (UFC). Cronista do O POVO, escreve às quartas-feiras no jornal. Foi editor-chefe de Cultura, editor-adjunto de Cidades, editor-adjunto de Política e repórter especial. Mantém uma coluna sobre bastidores da política publicada às segundas, quintas e sextas-feiras.
Foto: Samuel Setubal
Socorro Martins, agora ex-secretária da Saúde de Fortaleza
Apenas dois dias antes de deixar a Secretaria da Saúde do Município de Fortaleza (SMS), Socorro Martins despachou com vereadores em gabinete e agendou reuniões para a semana seguinte, sem demonstrar que se afastaria do cargo dali a algumas horas.
Na sexta-feira, 16, durante a parte da tarde, recebeu parlamentar para tratar de ações na área.
“Encaminhamos várias pautas e ela já havia dado previsão da nossa próxima reunião. Não esperava essa saída”, disse.
Nas palavras dele, “não sei se ela esperava também” se exonerar do cargo que ocupava havia menos de cinco meses, desde o início da gestão do prefeito Evandro Leitão (PT).
De acordo com o mesmo vereador, Socorro “já tinha inclusive marcado uma reunião conosco” na sexta, 23.
“Marcou uma reunião para a próxima sexta e agora caiu?”, questionou, acrescentando que “me parece que foi mais algo político/partidário do que sobre a competência” da profissional.
Sobretudo nos últimos dois meses, Socorro vinha sendo mantida sob fogo cerrado da oposição e de aliados, um dos quais Adail Jr., do PDT, por causa da crise de desabastecimento de medicamentos nos postos de saúde da Capital.
À coluna, o vice-presidente da Câmara foi lacônico ao comentar a demissão da agora ex-SMS: “Já esperava”.
No curso desse início de administração de Evandro, o vereador foi crítico contumaz do trabalho da secretária.
Mas não estava sozinho. Entre membros da base, havia a queixa de que Socorro era inflexível do ponto de vista político – leia-se, da partilha de espaços no setor.
Quadro eminentemente técnico, com experiências nos governos de Roberto Cláudio (PDT), a titular da Saúde se mostrava resistente a indicações para postos nas estruturas sob gerência da SMS.
Some-se a isso o desgaste acumulado na esteira das investidas da oposição contra fragilidades na política petista para o segmento, e o resultado foi a queda da gestora.
Para o seu lugar, foi designada a médica Riane Azevedo, vista como alguém com mais traquejo, uma qualidade testada na condução da superintendência do IJF.
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