Oposição mais forte encarece apoio de Cid a Elmano
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Henrique Araújo é jornalista e doutorando em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará (UFC), com mestrado em Sociologia (UFC) e em Literatura Comparada (UFC). Cronista do O POVO, escreve às quartas-feiras no jornal. Foi editor-chefe de Cultura, editor-adjunto de Cidades, editor-adjunto de Política e repórter especial. Mantém uma coluna sobre bastidores da política publicada às segundas, quintas e sextas-feiras.
Oposição mais forte encarece apoio de Cid a Elmano
Hoje, o principal pleito de Cid na base é o nome de Júnior Mano (PSB) para o Senado em 2026
Foto: FÁBIO LIMA
Ex-governador e hoje senador Cid Gomes, do PSB
O “macht” que o ex-prefeito Roberto Cláudio deu no União Brasil, escolhido como novo endereço partidário, deve ter reflexos para além do campo da oposição, estendendo-se ao bloco do governismo.
Um dos efeitos possíveis, por exemplo, é encarecer o apoio do senador Cid Gomes (PSB), cuja adesão ao Abolição seria peça sem a qual a tentativa de reeleição de Elmano de Freitas (PT) estaria ameaçada daqui a um ano e meio.
Hoje, o principal pleito de Cid na base é o nome de Júnior Mano (PSB) para o Senado em 2026.
Em princípio, trata-se de proposta aziaga, mais pelo risco de dano que a presença de Mano numa chapa poderia causar ao governador ano que vem, a depender do desenrolar de investigações em andamento no STF.
Dentro do Executivo, no entanto, a oferta de Cid já estaria pacificada, ou seja, Elmano teria dado sinal verde para que o deputado federal pessebista seja trabalhado como potencial concorrente a uma das duas vagas de senador.
Não à toa, Mano tem se movimentado com mais desenvoltura pelo interior cearense, articulando votações, somando e dividindo o capital político que detém entre prefeitos dispostos a segui-lo.
A intenção, claro, é distribuir esses apoios entre postulantes a uma cadeira na Câmara pelo PSB, de modo a turbinar a representação parlamentar da sigla, desde já a ambição maior de Cid.
Sabe-se, e não é novidade, que o senador pretende superar o PT em bancada federal na próxima eleição, numa queda de braço levada a cabo contra o deputado petista José Guimarães, também ele cotado para o Senado em 2026, o que só faz esse engodo aumentar mais ainda.
Para evitar problemas com Cid, porém, Elmano teria aceitado os termos colocados à mesa – Mano como candidato. É condição do ex-governador para apoiá-lo na busca por novo mandato como chefe do Executivo.
Restaria, então, uma vaga na chapa governista, que pode ser tanto de Guimarães quanto de outras pessoas a quem o ministro Camilo Santana teria prometido a posição: Eunício Oliveira (MDB) e Chiquinho Feitosa (Republicanos), por exemplo.
Não é preciso ser adivinho para notar que esse jogo embute um perigo: transformar-se em problema para Elmano em pleno ano eleitoral.
É abacaxi difícil de descascar, principalmente se Guimarães for rifado, como dizem que já vem sendo pelo grupo de Camilo. O custo político dessa decisão seria altíssimo.
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