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Chagas sugere "chá de camomila" para "ansiedade" de pré-candidatos ao Senado
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Henrique Araújo é jornalista e doutorando em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará (UFC), com mestrado em Sociologia (UFC) e em Literatura Comparada (UFC). Cronista do O POVO, escreve às quartas-feiras no jornal. Foi editor-chefe de Cultura, editor-adjunto de Cidades, editor-adjunto de Política e repórter especial. Mantém uma coluna sobre bastidores da política publicada às segundas, quintas e sextas-feiras.

Chagas sugere "chá de camomila" para "ansiedade" de pré-candidatos ao Senado

"Sugiro um pouco de chá de camomila e mais foco no trabalho", respondeu o titular da Casa Civil, acrescentando que "a população está querendo saber dos seus problemas resolvidos"
Chagas Vieira, secretário-chefe da Casa Civil, em entrevista ao programa O POVO no Rádio, da rádio O POVO CBN (Foto: Mariana Rebouças / O POVO CBN)
Foto: Mariana Rebouças / O POVO CBN Chagas Vieira, secretário-chefe da Casa Civil, em entrevista ao programa O POVO no Rádio, da rádio O POVO CBN

Chefe da Casa Civil do governo de Elmano de Freitas (PT), Chagas Vieira declarou à coluna que, “no momento certo, as definições (eleitorais) irão acontecer”, mas que “o momento, definitivamente, não é este”.

Para o secretário, “não precisa dessa ansiedade” entre aliados da base do Abolição, sobretudo aqueles cotados para as duas vagas no Senado Federal, nomes cuja movimentação tem sido “frenética” nos últimos dias, como a coluna tem mostrado.

Entre as mais recentes, por exemplo, estão as articulações do MDB de Eunício Oliveira e do PSB de Júnior Mano, mas também as de José Guimarães (PT) – os três são deputados federais.

“Sugiro um pouco de chá de camomila e mais foco no trabalho”, respondeu o titular da Casa Civil, acrescentando que “a população está querendo saber dos seus problemas resolvidos, e não de eleição agora”.

“Ela quer saber se tem remédio no posto”, continuou Chagas, “atendimento no hospital, se a escola está funcionando bem, se tem polícia na rua pra enfrentar o crime, se mais empregos tão sendo gerados”.

Ainda de acordo com ele, “a melhor forma de fazer política é essa: trabalhar e dar resultado”, já que “eleição é só no ano que vem”, frase que já converteu em mantra do governador para evitar saias-justas.

A mensagem do principal articulador político de Elmano e do ministro Camilo Santana (Educação) se destina ao público doméstico. Leia-se: aos pretendentes a ocupar postos majoritários na chapa para o pleito de 2026.

Apenas no que diz respeito às cadeiras para senador, há um choque de quadros da base interessados em concorrer.

De Guimarães a Mano (PSB), passando por Eunício, Chiquinho Feitosa (Republicanos) e Moses Rodrigues (União Brasil), o rol de potenciais postulantes ao Senado aumenta a cada dia no arco de sustentação da gestão petista.

O próprio nome de Chagas, inclusive, já foi mencionado por Camilo como alternativa para a Câmara Alta no ano que vem.

Dentro do Abolição, contud0, essa antecipação excessiva do jogo eleitoral tem acendido a luz amarela pelo risco de contratar crises antes do tempo, uma vez que o período para a preparação de chapas ainda está distante.

Internamente, entende-se que a oposição deseje abreviar o tempo da administração de Elmano, abrindo a disputa desde agora. Dos aliados, porém, espera-se comedimento e mais contenção na hora de discutir a partilha de espaços.

Essa postura tem sido difícil por uma razão: o gigantismo da base, que apresenta demandas elevadas para uma composição com limites de assentos nas eleições que se aproximam.

Tudo isso vem gerando uma corrida no “camilismo” em busca de fortalecimento de alianças com prefeitos e de manifestações públicas de apoio de lideranças, como se viu entre os cotados para o Senado.

Daí o puxão de orelha de Chagas, que é também uma tentativa de freio de arrumação no bloco governista.

Foto do Henrique Araújo

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