Cid reitera apoio a Mano, critica Gilmar Mendes e destaca "intuição"
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Henrique Araújo é jornalista e doutorando em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará (UFC), com mestrado em Sociologia (UFC) e em Literatura Comparada (UFC). Cronista do O POVO, escreve às quartas-feiras no jornal. Foi editor-chefe de Cultura, editor-adjunto de Cidades, editor-adjunto de Política e repórter especial. Mantém uma coluna sobre bastidores da política publicada às segundas, quintas e sextas-feiras.
Cid reitera apoio a Mano, critica Gilmar Mendes e destaca "intuição"
Cid lançou dúvidas sobre as motivações da PF e do STF para a ofensiva contra Mano, sobretudo do ministro Gilmar Mendes
Foto: FERNANDA BARROS
Senador Cid Gomes durante coletiva na Alece ao lado de deputados aliados
Embora tenha demorado a se manifestar sobre a investigação da PF contra o deputado federal Júnior Mano (PSB), o senador Cid Gomes (PSB) apresentou uma defesa frágil do seu aliado e correligionário.
Sob pressão, o ex-governador saiu-se com suspeitas sobre a apuração que soaram infantis, como quando citou a “falibilidade da Justiça”, num trecho que constava de um PowerPoint preparado especialmente para a ocasião.
Cid também tentou questionar o processo na origem, digamos assim, ao atribuir a uma arenga nas eleições de Canindé em 2024 a razão pela qual o parlamentar do PSB estaria sendo processado agora.
Ou seja, Mano não seria alvo da PF por indícios de desvio de emendas ou de compra de votos em mais de duas dezenas de municípios, mas porque a então prefeita da cidade do sertão cearense teria usado a denúncia do esquema, feita ao MPCE, como uma cortina de fumaça para acobertar malfeitos de responsabilidade de sua própria família.
Não é uma versão lá muito crível, mas o senador a sustentou assim mesmo.
Finalmente, Cid lançou dúvidas sobre as motivações da PF e do STF para a ofensiva contra Mano, sobretudo do ministro Gilmar Mendes, relator do caso na corte.
Ora, o mundo político sabe que Gilmar é casado com familiar de Chiquinho Feitosa, desafeto de Júnior Mano – as razões para a desavença entre os dois políticos, muito particulares, não interessam aqui.
Para o ex-chefe do Abolição, esse elo partidário e de parentesco (Chiquinho é dirigente do Republicanos) configuraria motivo suficiente para que o magistrado se declarasse impedido de julgar o deputado no Supremo.
O senador, porém, apelou a uma última cartada: sua intuição.
Ao dizer que tem 40 anos de vida pública durante os quais “só errou umas cinco vezes”, nenhuma delas tendo Mano como pivô, o pessebista pediu um voto de confiança nessa sua capacidade mais subjetiva de avaliar a conduta de seus aliados, uma habilidade da qual ele se julga portador, mas sem qualquer traço de presunção ou superioridade.
Convocada sem pauta para a Assembleia Legislativa, a coletiva de Cid estava, como se vê, previsivelmente fadada a tratar de Mano.
Secundado por deputados de seu grupo político, tais como Salmito Filho, Guilherme Bismarck e Romeu Aldigueri (presidente da Alece), o senador fez um movimento arriscado, contudo, dobrando a aposta na candidatura de Mano em meio ao aprofundamento de um inquérito cujo horizonte não parece ser alvissareiro para o deputado.
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