Henrique Araújo é jornalista e doutorando em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará (UFC), com mestrado em Sociologia (UFC) e em Literatura Comparada (UFC). Cronista do O POVO, escreve às quartas-feiras no jornal. Foi editor-chefe de Cultura, editor-adjunto de Cidades, editor-adjunto de Política e repórter especial. Mantém uma coluna sobre bastidores da política publicada às segundas, quintas e sextas-feiras.
Cronista, talvez não tivesse par. Tinha esse vezo da simplicidade, mas, como lembra Fernando Sabino, um mineiro sabido e também muito brasileiro, o breve leva muito tempo
Foto: Eduardo Nicolau/Estadão Conteúdo
Escritor e cronista Luis Fernando Verissimo
Sem ter sido professor, Luis Fernando Verissimo (1936/2025) ensinou o Brasil a gostar de ler, a ter pela palavra uma estima particular, a procurar pelo sabor de se encontrar no que lia e nos tipos que o escritor fazia desfilar por suas crônicas.
Era popular porque o princípio de sua escrita era o prazer, o riso das mazelas expostas, a graça da vergonha exibida sem pudor – ali o ingênuo, acolá o espertalhão, e assim uma galeria de personagens se revelava, humana e tragicomicamente.
Cronista, talvez não tivesse par. Tinha esse vezo da simplicidade, mas, como lembra Fernando Sabino, um mineiro sabido e também muito genioso, o breve leva muito tempo – ou o fácil requer muito trabalho.
Luis Fernando Verissimo falava pouco para escrever muito – e também desenhar e outras coisas mais. Dizia que se expressava numa espécie de “inglês traduzido”, tamanha era a influência de autores norte-americanos cuja obra havia se notabilizado pela pilhéria, satiristas por talento e insistência, alguns com mais ou menos elegância.
Admitir que era uma espécie de “Woody Allen tropical” é um “viralatismo” em parte, porque só poderia haver um LFV, que naturalmente seria brasileiro.
Manso, mesmo na morte houve por bem não fazer estardalhaço, como confidenciou um dos seus filhos. “Ele simplesmente fechou os olhos e se foi”, conta.
Faleceu aos 88 anos no Moinhos de Vento, nome do hospital onde seu pai, o também escritor Erico Verissimo, foi velado quase meio século atrás, em novembro de 1975.
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