Henrique Araújo é jornalista e doutorando em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará (UFC), com mestrado em Sociologia (UFC) e em Literatura Comparada (UFC). Cronista do O POVO, escreve às quartas-feiras no jornal. Foi editor-chefe de Cultura, editor-adjunto de Cidades, editor-adjunto de Política e repórter especial. Mantém uma coluna sobre bastidores da política publicada às segundas, quintas e sextas-feiras.
Embora encaminhada, como se nota, essa composição com Ciro de titular na briga pela sucessão de Elmano de Freitas (PT) enfrenta obstáculos, alguns mais e outros menos contornáveis
Foto: AURÉLIO ALVES
TASSO Jereissati e Ciro Gomes
Que uma parte da oposição espera que Ciro Gomes seja candidato ao Governo do Estado em 2026, disso resta pouca dúvida. Mas há ainda muita água a rolar sob a ponte até as eleições. Não se sabe, por exemplo, o que o ex-senador Tasso Jereissati pensa sobre o fato de Ciro encabeçar uma chapa para o Abolição, deslocando Roberto Cláudio para uma corrida por vaga na proporcional. Tampouco há clareza dentro do PL sobre potencial aliança com PSDB, União Brasil e o Novo de Eduardo Girão, que lança em novembro seu nome para o Executivo.
Embora encaminhada, como se nota, essa composição com Ciro de titular na briga pela sucessão de Elmano de Freitas (PT) enfrenta obstáculos, alguns mais e outros menos contornáveis. Um deles talvez seja a ausência de sinalização concreta de Ciro de que deve concorrer no pleito local, e não no nacional.
É possível que isso se resolva parcialmente na quarta, 22, quando o ex-pedetista assina a ficha do PSDB. Lá, a depender do que diga o futuro tucano, essas lacunas podem ser sanadas, isto é, os planos do Ferreira Gomes parecerão menos nebulosos para o ano que vem.
Ao menos é o que os aliados projetam, a saber, que Ciro declare com todas as letras que será postulante ao Governo. Do contrário, uma indefinição pode acabar por prejudicar o grupo.
Cid pela tangente
Empenhado na campanha de Joel Barroso (PSB) à Prefeitura de Santa Quitéria, o senador Cid Gomes (PSB) se viu no fim de semana às voltas com perguntas sobre o ingresso do irmão no PSDB, mas se esquivou de avaliar o episódio alegando que não falaria mal sequer de adversários, imagine de um Ferreira Gomes. Foi uma resposta hábil, admita-se, típica de Cid, que sabe manobrar expectativas, mantendo-se no centro do tabuleiro.
Na mesma cena, o ex-governador, que está prestes a impor derrota ao PT no município cearense, despista sobre o status da relação com Ciro, sem fazer parecer que está preocupado em demasia com a entrada do primogênito dos FG no tucanato - tampouco que está animado com esse cenário.
Guimarães nas ruas
Mesmo se recuperando de procedimentos de saúde, o deputado federal José Guimarães (PT) mergulhou na disputa eleitoral de Santa Quitéria, marcada para o próximo domingo, 26 de outubro. Na cidade, enfrentam-se as duas principais forças da base do governador Elmano, que tem se mantido afastado do assunto: de um lado, o petismo (ainda que desfalcado), representado pela chapa de Lígia Protasio; e, do outro, o pessebismo com o filho de Braguinha (PSB), ex-prefeito cassado por suspeita de envolvimento com grupos criminosos.
Na reta final, Guimarães e Cid desembarcaram de mala e cuia na localidade, cada um com sua tropa de choque formada por parlamentares e outros apoiadores. O envolvimento direto de duas das maiores lideranças partidárias no estado hoje dá a exata medida da importância do pleito para o futuro tanto de PT quanto do PSB e do peso que cada um deve ter na chapa.
Wagner x André
Ambos cotados para a Câmara ano que vem, o deputado federal André Fernandes (PL) e o ex-deputado Capitão Wagner (União) têm disputado entre si a agenda da segurança pública, inclusive com passagens por regiões do estado com marcas mais explícitas de violência, a exemplo de um distrito de Morada Nova, onde a dupla gravou vídeos para as redes.
Candidato em 2018 ainda pelo Pros, Wagner foi campeão nas urnas cearenses, com mais de 300 mil votos. Quatro anos depois, abriu mão da reeleição para postular o Governo. Nesse mesmo pleito de 2022, André foi eleito para a Casa, também como mais votado: foram quase 230 mil sufrágios. Agora, cada um tenta exercer mando de campo nesse território.
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