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O adeus de Bolsonaro ao 17 e seus efeitos nas eleições de Fortaleza
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Henrique Araújo é jornalista e mestre em Literatura Comparada pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Articulista e cronista do O POVO, escreve às quartas e sextas-feiras no jornal. Foi editor-chefe de Cultura, editor-adjunto de Cidades e editor-adjunto de Política.

O adeus de Bolsonaro ao 17 e seus efeitos nas eleições de Fortaleza

Tipo Notícia
Marca da nova legenda do presidente Jair Bolsonaro, que anunciou saída do PSL nesta  terça-feira, 12 (Foto: Divulgação )
Foto: Divulgação Marca da nova legenda do presidente Jair Bolsonaro, que anunciou saída do PSL nesta terça-feira, 12

Jair Bolsonaro amou o PSL por 20 meses e uma eleição presidencial. Vitorioso em outubro, tratou imediatamente de começar os movimentos para se fixar noutro endereço, só agora anunciado. Chama-se Aliança pelo Brasil e deve reunir os excomungados por Luciano Bivar, presidente do PSL e desafeto do chefe do Executivo.

Essa diáspora marca o adeus de Bolsonaro o presidente ao “17”, número com o qual obteve 57 milhões de votos na corrida ao Planalto, derrotando o 13 de Fernando Haddad. A saída do presidente e a criação da Aliança terão impacto direto em Fortaleza em 2020.

Primeiro, o movimento deve esvaziar o PSL na Assembleia Legislativa, já que os dois deputados estaduais da sigla, André Fernandes e Delegado Cavalcante, estão alinhados com Bolsonaro – Fernandes já deixara claro que acompanha o ex-capitão aonde ele for. Mais que isso: ambos os parlamentares travam uma guerra particular com Heitor Freire, deputado federal e dirigente do partido no Ceará, além de “bivarista” de carteirinha.

O segundo efeito é eleitoral. Numa nova legenda, criada a tempo de disputar as eleições municipais, Fernandes terá caminho livre para postular uma candidatura ao Paço, como havia anunciado antes de ser apeado do comando do diretório do PSL em Fortaleza. O deputado vai manter esse projeto?

Em conversa com a coluna, o ainda pesselista falou que “não pensa nisso ainda”. Mas é evidente que a Aliança pelo Brasil, feito à imagem e semelhante de Bolsonaro (basta que se olhe seu símbolo), não desperdiçará a oportunidade de ter o maior número de candidatos nas capitais brasileiras ano que vem.

E quem é o nome mais forte do bolsonarismo no Ceará? Não é Heitor Freire, certamente. Embora detenha mandato parlamentar, o deputado caiu em desgraça com a família presidencial desde que foi acusado de gravar e vazar conversa com o chefe do clã, na conhecida “batalha das listas”.

Nas eleições de 2020, Bolsonaro terá candidato a prefeito em Fortaleza. É passo fundamental para seus planos em 2022. Esse nome não estará no PSL, por óbvio. Tampouco na vizinhança do seu projeto de poder, como Capitão Wagner (Pros). É aí que os planos de André Fernandes de entrar na briga pela Prefeitura de Fortaleza se renovam.

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