"Estamos esperando que o Governo reabra as discussões", afirma representante de PMs e bombeiros
Henrique Araújo é jornalista e mestre em Literatura Comparada pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Articulista e cronista do O POVO, escreve às quartas e sextas-feiras no jornal. Foi editor-chefe de Cultura, editor-adjunto de Cidades e editor-adjunto de Política.
"Estamos esperando que o Governo reabra as discussões", afirma representante de PMs e bombeiros
Diretor da Associação dos Praças da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros do Ceará (Aspramece), Pedro Queiroz disse aguardar que o Governo do Estado reabra as discussões sobre o reajuste dos militares.
Após horas de reunião ontem, Queiroz e outros representantes dos PMs e secretários do Estado fecharam uma proposta de reestruturação salarial da corporação, mas a tabela foi rejeitada pela categoria ao final do dia. Uma assembleia foi convocada para terça-feira próxima, às 9 horas da manhã, ao lado da Assembleia Legislativa.
Segundo Queiroz, a tabela acordada nessa quinta, que teve anuência dos deputados Capitão Wagner e Soldado Noélio, ambos do Pros, não teve aceitação dos militares.
“Nós recebemos a simulação discutida, mas, quando foi levada à tropa, mesmo com pré-aceitação, ao tomar conhecimento dos números, ela não se agradou”, relatou o dirigente, que participou de encontro na manhã desta sexta com outros presidentes de entidades militares, todos presentes na mesa de negociação com o Abolição.
Queiroz acrescentou: “O que estamos esperando do Governo é que reabra as discussões para poder, em sintonia com a tropa, ter um prognóstico melhor do que a gente acabou acordando ontem. Tem que ser feita uma mudança e reabrir o debate”.
Em conversa com O POVO ontem, o titular da Casa Civil, Élcio Batista, enfatizou que o acordo em torno do reajuste foi fechado com os representantes dos policiais e bombeiros, não apenas deputados, mas também dirigentes das associações, que estavam encarregados das tratativas com o Governo desde a semana passada.
Ao todo, o documento prevê gastos de R$ 495 milhões, acrescidas as gratificações que já eram pagas aos militares. Pela nova tabela, um soldado passará a receber R$ 4,5 mil ao final de 2022. O número de parcelas de pagamento do reajuste foi reduzido de quatro para três.
Deputado estadual, Soldado Noélio voltou a dizer nesta sexta-feira que “tentou de todas as formas” chegar a um acordo, mas a categoria rejeitou. “O Estado pegou apenas o dinheiro e remanejou, é um recurso que já gasta”, avaliou.
Após o encontro de ontem, o parlamentar chegou a comemorar a costura de um consenso com o governador Camilo Santana (PT). Horas depois, em transmissão nas redes, Noélio recuou e anunciou convocação de reunião da tropa.
O POVO procurou o deputado Capitão Wagner, que disse que não iria comentar a recusa da categoria de acordo celebrado entre os representantes e secretários do governo.
Estado e policiais tentam chegar a um denominador comum desde o dia 31 de janeiro, quando foi apresentada a proposta de reajuste salarial. De lá para cá, militares já organizaram um ato e foram recebidos pelo governador.
Na manhã de hoje, Camilo chamou deputados aliados e auxiliares para discutir encaminhamentos no processo na sede administrativa. A previsão inicial era que a mensagem do governo com a proposta de reajuste seria enviada à Assembleia Legislativa na semana que vem.
Fonte ligada ao Palácio garantiu que a estimava de envio da proposta ao Legislativo está mantida. O governo não fala ainda sobre o cenário.
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