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Apesar de ações judiciais, reunião de militares está mantida, diz deputado Soldado Noelio
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Henrique Araújo é jornalista e mestre em Literatura Comparada pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Articulista e cronista do O POVO, escreve às quartas e sextas-feiras no jornal. Foi editor-chefe de Cultura, editor-adjunto de Cidades e editor-adjunto de Política.

Apesar de ações judiciais, reunião de militares está mantida, diz deputado Soldado Noelio

Ministério Público do Estado acionou entidades de militares, que podem ser multadas em mais de R$ 1 milhão. Tribunal de Justiça manteve decisão que libera prisão de PMs que participem de manifestação
Tipo Notícia
Manifestação de policiais e bombeiros militares contra a proposta de reajuste de salário da categoria, realizada no dia 6 de fevereiro (Foto: Aurelio Alves/O POVO) (Foto: AURELIO ALVES)
Foto: AURELIO ALVES Manifestação de policiais e bombeiros militares contra a proposta de reajuste de salário da categoria, realizada no dia 6 de fevereiro (Foto: Aurelio Alves/O POVO)

Mesmo com ações judiciais do Ministério Público do Estado (MPCE) e do Tribunal de Justiça que pressionam entidades militares, policiais e bombeiros, a categoria deve se reunir amanhã, a partir das 9 horas, no entorno da Assembleia Legislativa (AL-CE). A informação é do deputado Soldado Noelio (Pros).

“Está mantida a reunião (desta terça-feira)”, disse o parlamentar, que foi um dos negociadores na mesa que fechou acordo com o Governo do Estado sobre a proposta de reajuste para os PMs, na última quinta-feira, 13. Pela nova tabela, o salário de um soldado passará de R$ 3, 2 mil para R$ 4,5 mil ao fim de 2022.
Segundo Noelio, “amanhã é a oportunidade de os policiais irem à AL e melhorar essa proposta”, já que o Legislativo é “o local adequado, onde se aprovam as leis”.

Questionado sobre eventuais impactos das medidas jurídicas, como a ação civil pública movida pelo MPE contra associações militares, o deputado falou que “o direito de reunião é garantido a todo e qualquer brasileiro, desde que cumpridos os pré-requisitos”.

“Reuniões pacíficas, com policiais desarmados, não estão impedidas”, continua Noelio. “O que o MP está pedindo é no sentido de reunião para definir paralisar ou não as atividades, e esse não é o intuito da reunião de amanhã. O intuito é pressionar os deputados a melhorar o projeto na AL.”

Ainda conforme o parlamentar do Pros, uma vez que o projeto chegou à Assembleia, é “uma atribuição da Casa discuti-lo e contribuir para a solução da crise”. O deputado reforça: “Se a Casa entender que há como contribuir, não tenho dúvida de que o presidente (José Sarto, do PDT) pode melhorar o projeto”.

Procurado pela reportagem, o deputado federal Capitão Wagner (Pros) disse que estará em Brasília amanhã, no horário da assembleia, e portanto não participa do ato programado para esta terça. Wagner ressaltou, porém, que os policiais e bombeiros foram chamados “para cobrar melhorias na proposta”.

Além da ação do MPCE, que prevê multas que ultrapassam R$ 1 milhão para entidades que tomem parte em atos ou paralisações, direta ou indiretamente, o TJ-CE manteve hoje a decisão da desembargadora Maria Adelineide Viana que possibilita a prisão de policiais e bombeiros militares que participem de atividades reivindicatórias.

O processo foi analisado pela Seção Criminal, colegiado que reúne as três câmaras criminais do tribunal. O grupo entendeu, porém, que a ação é de natureza administrativa e não penal, e remeteu a discussão para o Órgão Especial do TJ-CE. Ainda não há data para a apreciação.

Nesta tarde, entidades de militares se reúnem para deliberar sobre a reunião de amanhã. Na pauta, as associações discutem se mantêm apoio à realização da assembleia de policiais e bombeiros.

Foto do Henrique Araújo

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