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"Não temos previsão de voltar", diz Cabo Sabino sobre paralisação de policiais militares no Ceará
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Henrique Araújo é jornalista e mestre em Literatura Comparada pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Articulista e cronista do O POVO, escreve às quartas e sextas-feiras no jornal. Foi editor-chefe de Cultura, editor-adjunto de Cidades e editor-adjunto de Política.

"Não temos previsão de voltar", diz Cabo Sabino sobre paralisação de policiais militares no Ceará

Paralisação de policiais militares completou uma semana nesta terça-feira, 25. Soldados ainda controlam batalhões na Capital e Interior. Entre eles, o 18º, no bairro Antônio Bezerra
Tipo Notícia
Policiais militares paralisados deixaram de usar balaclava e passaram a vestir fardamento da PM  (Foto: Divulgação )
Foto: Divulgação Policiais militares paralisados deixaram de usar balaclava e passaram a vestir fardamento da PM

Um dos líderes da paralisação de policiais militares no Ceará, que completa uma semana nesta terça-feira, Cabo Sabino fala que não há data para retomada do trabalho e encerramento do motim.

“Não temos previsão de voltar. Não estamos preocupados com dia da semana, data e hora”, disse ao O POVO hoje. Sabino foi um dos policiais alvos de processo disciplinar aberto pelo comando da PM no fim de semana.

Até agora, 47 soldados foram presos. Os militares foram levados inicialmente para um presídio em Itaitinga, na região metropolitana, e depois para uma unidade da Polícia em Fortaleza.

“Não fizemos paralisação para o Carnaval”, acrescentou o policial da reserva. “Não fizemos por data, fizemos por necessidade. Independentemente de dia, só temos condições de colocar fim depois de conversa com o governador.”

Camilo Santana já disse em entrevistas que não negocia com PMs encapuzados e amotinados. Desde o fim de semana, soldados que cruzaram os braços deixaram de usar balaclava. Também vestiram o fardamento militar.

Questionado sobre ofício do Ministério Público do Estado (MPCE) que orienta o Governo do Estado em caso de ação de retomada dos quartéis em posse dos agentes de segurança, Sabino fala que é “uma determinação absurda”.

“O MP quer que a Força Nacional vá fazer o cerco nos quartéis, mas a Força não tem efetivo nem pra cuidar da vida das pessoas. Estão preocupados mais em cercar quartel do que em cumprir a GLO?”, pergunta. “A FN não veio pra isso. Vão criar um confronto desnecessário.”

O documento do MP não determina que a Força Nacional realize cerco aos batalhões, mas oferece uma baliza institucional que preserve a segurança de crianças e adolescentes na hipótese de uma intervenção da FN, cuja presença foi solicitada pelo governador.

Sobre a estimativa do titular da Secretaria da Segurança Pública do Ceará, André Costa, que disse que a situação no Estado tende a se normalizar até sexta-feira próxima, Sabino devolveu: “A que preço? Ao preço que estão colocando hoje?”.

E criticou supostos maus-tratos a que PMs presos teriam sido submetidos no presídio de Itaitinga: “Esses soldados estavam deitados em esponjas, sem condições. Esses caras estão presos porque faltaram a um dia de serviço”.

A paralisação de militares começou na terça-feira passada, 18, com a tomada do 18º Batalhão, no bairro Antônio Bezerra. O motim já é maior do que o realizado na virada de 2011 para 2012, que durou seis dias.

Foto do Henrique Araújo

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