A soltura dos 47 policiais militares presos durante a paralisação da PM no Ceará esteve na mesa de negociação para acabar com o motim, no último domingo.

Não registrado no acordo formalizado e aprovado entre os soldados reunidos no 18º Batalhão, no bairro Antônio Bezerra, esse ponto era um dos que mais preocupavam os interlocutores dos militares.

Segundo fontes presentes às conversas finais que resultaram no entendimento firmado, a possibilidade de libertação dos agentes foi um tópico “extra papel”, que não poderia estar materializado entre as cláusulas do documento.

Em reunião no 18º BPM, no domingo, 1º, ao menos uma liderança dos soldados chegou a dizer que algumas coisas não podiam estar escritas no acordo. Era uma tentativa de convencimento da tropa a aceitar os termos e encerrar o movimento, que já durava 13 dias.

Na segunda-feira, menos de 24 horas depois de celebrado o documento, os 47 PMs detidos foram liberados após audiência de custódia.

Uma fonte entre os policiais confirmou que o assunto foi discutido na comissão, que se reuniu por mais de sete horas no domingo. “Uma vez cessado o motim, era normal que fossem colocados em liberdade. Essas eram as orientações”, disse.

Perguntado sobre o assunto hoje, o governador Camilo Santana (PT) disse que “essa foi uma decisão da Justiça” e que, da parte dele, havia o compromisso de não conceder anistia.