Deputado estadual pelo PSL, André Fernandes questionou hoje a aprovação de projeto de lei que pune quem divulgar propositadamente notícias fraudadas sobre pandemias e endemias no Ceará.

“Não estou defendendo que haja mentiras, mas que haja liberdade de expressão”, disse o parlamentar, repetindo argumento já utilizado pelo presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido) ao negar que o filho fosse responsável por esquema de ataques virtuais, investigado pela Polícia Federal.

Aliado do presidente, Fernandes votou contra a proposta, de autoria dos deputados estaduais Augusta Brito (PCdoB) e Guilherme Landim (PDT). Além do pesselista, apenas Dra. Silvana (PL) se posicionou contrária ao PL.

Aprovado na Assembleia Legislativa por maioria, o texto fixa multa de R$ 224,40 a R$ 2,2 mil a quem propagar informação comprovadamente fraudada sobre a infecção, que já matou mais de 400 pessoas no Estado e cinco mil no País.

Fernandes acrescentou que “em momento nenhum é favorável a que uma mentira seja noticiada, até porque é saudável para todos nós que trabalhemos sempre com a verdade”.

E continuou: “Mas a gente não pode, principalmente durante problema tão grave que a gente enfrenta, não apenas no Ceará ou no Brasil, que é a pandemia, tratar esse assunto com estilo de ditadura”.

Em seguida, perguntou se quem irá estabelecer o que é e o que não é fake news é o próprio governo do Estado do Ceará.

Nesta quarta-feira, o governador Camilo Santana (PT) criou uma agência de checagem sobre assuntos relacionados à infecção pelo novo coronavírus.

“E se eu quiser denunciar? Vai ser fake news? Vai ser julgado por quem? Qual é a corte suprema e imparcial para determinar se quem está falando a verdade é o estado ou prefeito ou o cidadão?”, defendeu Fernandes.