Governo avalia encontro com Bolsonaro como positivo, mas aguarda liberação de recursos
Henrique Araújo é jornalista e mestre em Literatura Comparada pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Articulista e cronista do O POVO, escreve às quartas e sextas-feiras no jornal. Foi editor-chefe de Cultura, editor-adjunto de Cidades e editor-adjunto de Política.
Governo avalia encontro com Bolsonaro como positivo, mas aguarda liberação de recursos
Presidente deve sancionar projeto de socorro a estados e municípios até amanhã, sexta-feira. Valor é de R$ 125 bilhões, entre repasses e suspensão de dívidas
Realizada por videoconferência, a conversa entre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e os governadores nesta quinta-feira foi positiva, avalia a secretária da Fazenda do Estado, Fernanda Pacobahyba.
No entanto, segundo a titular da Sefaz, o Estado ainda espera a sanção do projeto de ajuda financeira no valor de R$ 125 bilhões, que contempla repasses diretos e suspensão de dívidas. O documento só deve ser sancionado nesta sexta-feira, 22.
O pacote tem o objetivo de cobrir parte dos prejuízos dos entes federativos com perdas de arrecadação durante a crise da pandemia do novo coronavírus.
Pacobahyba participou do encontro virtual com os gestores estaduais e o chefe do Executivo federal, além dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre, ambos do DEM.
“O clima da reunião foi bem tranquilo. Realmente, o presidente Bolsonaro falou pouco e escutou mais”, avalia a secretária.
De acordo com ela, Bolsonaro pactuou “que encaminharia a sanção ainda hoje”. Em troca, o presidente pediu ajuda dos governadores para manter os vetos a pelo menos quatro pontos do projeto.
Entre eles, está o congelamento de reajuste salarial de servidores até o fim de 2021, uma demanda do ministro Paulo Guedes (Economia) que já fazia parte do esboço de uma reforma administrativa, mas que foi colocada em pauta agora.
Pacobahyba reconheceu que o Ceará depende dessa verba para atenuar a depreciação do caixa estadual e garantir uma retomada do crescimento mais estável.
“Estamos aguardando ansiosamente (a liberação) porque a nossa queda neste mês já está extraordinária”, calculou.
Apenas nos primeiros dez dias de maio, houve redução de 55% no arrecadado com o ICSM no Ceará. “Esse projeto”, continua a secretária, “ainda que não venha a satisfazer tudo aquilo que seria de necessidade do estado por conta da queda do ICMS, suaviza o prejuízo”.
Mais cedo, pelas redes sociais, o governador Camilo Santana (PT) também se manifestou sobre o encontro com o presidente.
Na véspera, o clima era de incerteza sobre a postura que Bolsonaro adotaria no diálogo com os governadores, o primeiro depois de desentendimento entre ele e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), semanas antes.
“Defendo que haja a união de todos, deixando de lado divergências políticas e ideológicas”, escreveu Camilo. “O mais importante é a proteção de todos brasileiros para superar a crise.”
Além do governador e da secretária, participaram da videoconferência o chefe da Secretaria do Planejamento, Mauro Filho, e o da Secretaria da Saúde, dr. Cabeto.
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