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Centro-Sul cearense esquecido pelos governos
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Jornalista e bacharel em Comunicação Social e Direito

Centro-Sul cearense esquecido pelos governos

A história nos mostra que o ex-governador, coronel Virgílio Távora, deu atenção a Iguatu e queria aqui formar sólida base eleitoral. A primeira oportunidade ocorreu no período de 1963 a 1966, mas o Golpe Militar de 1964, barrou projetos
Ministro da Educação, Camilo Santana é a maior liderança no PT, no Ceará, desde 2022  (Foto: Samuel Setubal)
Foto: Samuel Setubal Ministro da Educação, Camilo Santana é a maior liderança no PT, no Ceará, desde 2022

Rumores de uma possível candidatura de Ciro Gomes ao governo do Estado, despertou em mim uma análise que faço há algum tempo como jornalista e observador da política a partir de Iguatu, minha cidade natal, onde moro e trabalho há 40 anos.

Inicialmente, vamos retornar ao mandato de Ciro Gomes, governador do Ceará (1991 a 1994), que priorizou a capital cearense e a região Norte, em particular o município - berço de suas raízes, Sobral. Esta cidade seria fortemente favorecida mais à frente com dois mandatos sucessivos de seu irmão, o governador Cid Gomes (2007 2010 e 2011 a 2014).

No período de redemocratização do Brasil, a partir da Constituição Federal de 1988, ao nosso ver, Ciro Gomes e Camilo Santana (2015 a 2022), foram dois governadores que ficaram muito aquém do esperado em oferta de obras e serviços para a região Centro-Sul cearense. Os piores para Iguatu.

As ações de Ciro e Camilo praticamente ficaram restritas às políticas públicas implementadas em cada um desses dois governos nos municípios cearenses, ou seja, quase nada de ação exclusiva. Iguatu penou. A região idem. Mesmo assim, ambos receberam expressivas votações, em particular, em Iguatu.

Se olharmos para um passado mais distante, observamos que no governo do coronel Adauto Bezerra (1975 a 1978), na época por indicação do presidente Geisel, pois não havia eleição direta para o governo, houve investimentos robustos na região do Cariri cearense, notadamente na cidade de Juazeiro do Norte, sua terra natal.

O Cariri cearense iria ter uma segunda onda de fortes investimentos, nas duas gestões de Camilo Santana (2015 a 2022), considerado o governador ingrato a Iguatu e região. O atual governo ainda está em débito com o Centro-Sul cearense.

Aqui abre-se um parêntese. A história nos mostra que o ex-governador, coronel Virgílio Távora, deu atenção a Iguatu e queria aqui formar sólida base eleitoral. A primeira oportunidade ocorreu no período de 1963 a 1966, mas o Golpe Militar de 1964, barrou projetos. No segundo mandato de Távora (1979 a 1982), Iguatu recebeu um conjunto de obras que transformaram a infraestrutura local, a partir do programa Cidade de Médio Porte.

Exposto esse resumo, fica a permanente pergunta: Até quando Iguatu e a região continuarão tratados a pão e água pelo governo do estado?

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