
Jornalista e bacharel em Comunicação Social e Direito
Jornalista e bacharel em Comunicação Social e Direito
O rompimento político entre os irmãos Ciro Gomes (PDT) e Cid Gomes (PSB) - e por extensão outras lideranças políticas da chamada ala esquerda – Camilo, Guimarães, ao meu ver é parte de um comportamento estratégico para a família permanecer favorecida no entorno do poder estadual.
Em outras palavras, é jogada de mestre de Ciro Gomes para evitar ascensão de reais grupos adversários ao poder. É a minha tese. Se o governador Elmano (PT) dá sinais de independência, mesmo limitado, é hora de liquidá-lo. Afinal, o comando de uma gestão estadual assegura renda, prestígio e historiografia.
Circulam informações sobre a saída de Ciro do PDT e possível ingresso no PSDB, além da especulação de uma futura candidatura dele ao governo do Ceará. Há rumores mais recentes de uma reaproximação entre Ciro e Cid, visando ao rompimento claro com o governo estadual. Se houver, não inviabiliza a minha teoria, mas reforça-a.
Ciro Gomes já mantém, portanto, o grupo da classificada direita, em seu entorno, e o que lhe interessa, de fato, é o comando da máquina administrativa. Não há problema em distribuir milhares de cargos aos direitistas, que ficariam alegres por emprego e salário, porquanto o que vale é a chave do cofre estadual e a cabeça de comando.
Falar mal em público do ‘cuecão’ e insinuar, sem provas, serviço de favores sexuais feitos por uma atual prefeita ao senador Camilo Santana (PT) faz parte da movimentação das peças no tabuleiro político. O enredo precisa ter sinais de denotação, agressividade para dar leitura de veracidade.
Cid Gomes fora governador e o clã estava numa boa. Depois veio Camilo Santana e tudo de bom. Até agora, Elmano governador e os Ferreira Gomes de bem com a vida. Os investimentos públicos em Sobral confirmam. Não creio, portanto, em rompimento de verdade. O laço familiar e o interesse político já revelam décadas de afinidade no clã sobralense.
Na disputa ao governo do Ceará, em 2022, Isolda Cela foi escanteada e substituída por Roberto Cláudio, no âmbito do PDT, que teve candidato próprio, evitando-se uma polarização entre dois principais candidatos – situação e oposição. Logo, os votos foram divididos entre os três participantes principais – Elmano (PT), Capitão Wagner (União) e Roberto Cláudio (PDT).
Devemos remontar à época da tentativa de reeleição de Lúcio Alcântara, quando foi derrotado por Cid, em 2006. Alcântara buscava a independência das forças Tasso-Ferreira Gomes, e, claro, não conseguiu. A partir daquele ano, os Ferreira Gomes consolidaram-se no Ceará e querem permanecer como timoneiro da política regional.
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