
Jornalista e bacharel em Comunicação Social e Direito
Jornalista e bacharel em Comunicação Social e Direito
Acompanhei a construção do açude Castanhão entre os municípios de Jaguaribara e Alto Santo, no Vale do Jaguaribe, no sertão cearense, na qualidade de repórter, realizando funções de motorista, redator, fotógrafo e cinegrafista.
O projeto de deslocamento da população de Jaguaribara, a velha, como ficou conhecida, para uma nova cidade, planejada, foi realizado.
A barragem fora construída, as casas também. A nova cidade pavimentada, plana como uma mesa, com ruas largas, ciclovias e casas padronizadas, contava com edifícios públicos – prefeitura, câmara de vereadores, hospital, delegacia, destacamento policial militar, escolas, creches, agências bancárias etc.
Parte da população da antiga cidade vivia de atividades comerciais, mas outra parte, certamente, a maioria, tinha renda a partir de atividades agropecuárias. O plantio de grãos de subsistência era feito nas várzeas do rio Jaguaribe. A criação de gado (reduzidas cabeça) à solta e em pequenas roças para retirada do leite para consumo e venda do excedente.
Os produtores rurais com suas atividades típicas da agricultura familiar depararam-se nos dias seguintes à chegada à nova cidade com a falta de terras adequadas, sem água, para continuarem com suas atividades.
Os projetos produtivos anunciados não saíram do papel: fruticultura e de gado de leite. Os agricultores perderam suas terras originais encobertas pela água e ficaram ociosos e tristes, sem trabalho e os novos projetos de piscicultura sofreram fortes impactos com o reduzido volume de água no Castanhão. Prejuízo total.
A falta de uma rodovia asfaltada entre a BR 116 até o distrito de Curupati, em um trecho de 21km, dificultava o escoamento da produção. Era terra e muita pedra.
Aproveitei, um dia, a vinda de Camilo Santana à cidade de Iguatu, e preparei na noite anterior um pedido coletivo para construção da referida estrada com dezenas de nomes de lideranças políticas, comunitárias de Jaguaribara e entreguei ao então governador.
Horas depois, entrevistei Camilo Santana sobre o sofrimento de uma população que perdeu terras e suas raízes históricas e que não tinha como escoar a produção. Ele comentou que havia lido a solicitação da população de Jaguaribara (que eu mesmo entregara) e prometera fazer a obra. Reconheceu a necessidade. Agora vi que a tão sonhada rodovia foi inaugurada pelo governador Elmano. Confesso o que eu fiz. Conseguimos!
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