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As possibilidades do ano de 2022 para o futebol feminino cearense
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Jornalista e colunista de futebol feminino do Esportes do O POVO. Graduada em Jornalismo no Centro Universitário Sete de Setembro (Uni7). Já passou por assessorias de imprensa e foi repórter colaborativa da plataforma de notícias VAVEL Brasil

Iara Costa esportes

As possibilidades do ano de 2022 para o futebol feminino cearense

Para colunista, equipes locais devem olhar para a próxima temporada com gana de destruir as diferenças financeiras entre times de outras regiões e de se consolidar no cenário nacional
Ceará e Fortaleza irão jogar a Série A2 do Campeonato Brasileiro Feminino em 2022.  (Foto: Thais Pontes/ Fortaleza EC)
Foto: Thais Pontes/ Fortaleza EC Ceará e Fortaleza irão jogar a Série A2 do Campeonato Brasileiro Feminino em 2022.

O futebol feminino brasileiro terá, no ano de 2022, diversas competições nacionais a serem disputadas. Além das tradicionais Séries A1 e A2 do Brasileirão, será o primeiro ano de realização da Série A3, terceira divisão da modalidade. No mês de fevereiro, haverá ainda a Supercopa do Brasil, que será jogada por Corinthians-SP, Cruzeiro-MG, Esmac-PA, Flamengo-RJ, Grêmio-RS, Internacional-RS, Palmeiras-SP e Real Brasília-DF.

A realização de tantos torneios confirmam cada vez mais a solidificação do futebol feminino no país, mas, analisando com o olhar local, é importante se atentar para dois pontos opostos: a possibilidade de crescimento no cenário nacional e a disparidade entre times de diferentes regiões. A realização de mais torneios dá ao futebol cearense feminino a possibilidade de crescimento. A maior prova disso é o fato de que, em 2022, teremos a Menina Olímpica na Série A3 do Brasileirão. Nos últimos anos, somente Ceará e Fortaleza estiveram jogando partidas pelo país, já que disputaram a Série A2.

Devemos celebrar o fato de termos mais times jogando Brasil afora, mas precisamos querer mais. Se no futebol masculino já temos essa ambição — que, inclusive, levou os dois times a competições internacionais em 2022 —, ela também deve ser cultivada no feminino. Para isso, do lado de Ceará e Fortaleza, que possuem maiores recursos que os outros times locais, embora ainda não tão suficientes, é necessário que haja um olhar mais profissional e clínico: queremos ir para a primeira divisão e temos que correr atrás disso.

O primeiro passo será adotando um investimento maior, mas também levando a modalidade com maior profissionalismo. Estou falando aqui de contrato com atletas, planejamento e divulgação. O trabalho de ambas as equipes melhorou muito nesses aspectos nos últimos anos, mas ainda há problemas básicos que devem ser corrigidos. 

Essa tecla é muito batida nesse espaço, mas exatamente por conta do segundo ponto citado acima: a disparidade entre times de diferentes regiões. Sei que Ceará e Fortaleza não possuem, nem de longe, os mesmos recursos financeiros que os times de São Paulo, por exemplo, no futebol masculino. Também tenho o conhecimento de que esse ponto não muda tanto no futebol feminino. Mas essa modalidade ainda é 'jovem' no país, se comparada ao masculino, no qual os times são centenários. 

É necessário então que, desde agora, as equipes locais passem a olhar para essas disparidades com a gana de destruí-la. Não vai acontecer do dia para a noite ou em um ou dois anos, mas se aceitarmos desde já, ao invés de enfrentá-la, ela só irá crescer cada vez mais, até a hora em que ficará impossível derrotá-la.

Para o ano de 2022, esse é meu único pedido para as equipes locais: olhem para o futuro desde já, com sede de destruir as desigualdades do passado e de melhorar o presente. 

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