Jornalista e colunista de futebol feminino do Esportes do O POVO. Graduada em Jornalismo no Centro Universitário Sete de Setembro (Uni7). Já passou por assessorias de imprensa e foi repórter colaborativa da plataforma de notícias VAVEL Brasil
Jornalista e colunista de futebol feminino do Esportes do O POVO. Graduada em Jornalismo no Centro Universitário Sete de Setembro (Uni7). Já passou por assessorias de imprensa e foi repórter colaborativa da plataforma de notícias VAVEL Brasil
Com um gol de Gabi Zanotti aos 49 minutos do segundo tempo, o Corinthians conquistou o título da Supercopa do Brasil Feminina no último domingo, 13. O maior golaço da partida, no entanto, veio das arquibancadas. Com a massiva presença da torcida corintiana, que colocou 19.547 pessoas na Neo Química Arena, o clube arrecadou mais de R$ 400 mil.
O valor, assim como o número de pessoas presentes no duelo, é maior que o somado em quase todos jogos de Palmeiras, Santos e São Paulo no Campeonato Paulista Masculino. O único jogo da modalidade que superou esse número até o momento foi a vitória do Palmeiras diante do Água Santa na terceira rodada do certame estadual, que contou com 22.589 pessoas nas arquibancadas, de acordo com levantamento do site de notícias do Corinthians, Meu Timão.
Essas duas notícias, juntas, nos dão dois pontos a frisar. O primeiro já é debate por muitos anos em diferentes lugares: qual tem sido o valor do campeonato estadual na atualidade para os torcedores? É um longo assunto a discorrer, mas é unânime a ideia de que algo precisa mudar. Ver uma modalidade que está iniciando um processo de reconstrução levar mais pessoas ao estádio que o time masculino "tradicional" evidencia bem isso.
O segundo ponto, e não menos importante, trata-se do valor que tanto se cobra a ser dado ao futebol feminino. Anos e meses atrás, ao citar a necessidade de investimentos e visibilidade à modalidade, li e ouvi que a categoria só daria prejuízo ou mesmo que demoraria muito a dar um retorno.
A final da Supercopa do Brasil Feminina provou que não. Com um alto investimento, mesmo com a limitação de capacidade do estádio por decreto, o Corinthians conseguiu arrecadar quase meio milhão de reais em um jogo decisivo de uma modalidade que, como já citado, está em um processo de reconstrução no país. É um grande feito, pois mesmo se calcular as despesas, o lucro ainda é evidente.
Em contrapartida, a bola fora do torneio foi a Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Embora tenha criado o torneio e tentado dar visibilidade à modalidade, a entidade não deu qualquer valor à competição. Diferente do torneio masculino, onde Flamengo e Atlético-MG disputam R$ 4 milhões, Corinthians e Grêmio não receberam qualquer premiação financeira além do troféu e de 50 medalhas.
Durante a competição, a CBF destinou R$ 5 mil de ajuda de custa para os times visitantes e R$ 10 mil para as equipes mandantes por partida. Se até torneios de várzea valem alguma coisa, por que o feminino, com jogo televisionado em canal aberto para o Brasil inteiro, não valeu nada para a entidade? Fica o questionamento.
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