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Entre avanços e regressões, começa o Brasileirão Feminino
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Jornalista e colunista de futebol feminino do Esportes do O POVO. Graduada em Jornalismo no Centro Universitário Sete de Setembro (Uni7). Já passou por assessorias de imprensa e foi repórter colaborativa da plataforma de notícias VAVEL Brasil

Iara Costa esportes

Entre avanços e regressões, começa o Brasileirão Feminino

Enquanto times tradicionais terão jogos televisionados, equipes de menor relevância vivem dilemas sobre transmissão
Palmeiras derrota Atlético-MG na abertura do Brasileiro Feminino (Foto: Fabio Menotti/ Palmeiras)
Foto: Fabio Menotti/ Palmeiras Palmeiras derrota Atlético-MG na abertura do Brasileiro Feminino

O Campeonato Brasileiro Feminino Série A1 de 2022, iniciado na última semana, deverá ser o torneio da modalidade com maior número de transmissões em TV da história do futebol feminino. Além da Band, o SporTV irá exibir dois jogos com exclusividade por rodada. 

A notícia, que deveria ser totalmente positiva, acaba por atingir aqueles que se preocupam com o torneio no geral, e não somente com times individuais e tradicionais. Isso porque, com o acordo feito com a Globo para a transmissão de torneios da modalidade, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) acabou 'esquecendo' de negociar a exibição dos demais jogos que não seriam escolhidos pelas duas emissoras. 

Por consequência, na primeira rodada, enquanto Palmeiras x Atlético-MG e Flamengo x São Paulo foram televisionados pelo SporTV e Corinthians x Bragantino pela Band, as demais partidas tiveram de ficar sob responsabilidade dos próprios clubes. Cada time conseguiu, mesmo que em cima da hora, exibir os jogos pelo Youtube. No entanto, diante de tamanho avanço que vivemos em termos de futebol feminino e transmissão de jogos, é inadmissível que o maior torneio da modalidade seja tratado dessa forma, com cinco de oito jogos sendo ignorados pela entidade.

De acordo com a jornalista esportiva Maíra Nunes, em apuração com Paulo Chacon, a CBF negocia a volta da parceria com a Eleven Sports, que nos últimos anos transmitiu todos os jogos, de todas as divisões e de maneira gratuita. Não deixa de ser um prejuízo que isso esteja ocorrendo enquanto a bola já rola pelo torneio.

Como podemos deixar que o maior torneio do ano dentro do futebol feminino seja tratado desta forma? Para se ter uma ideia de que este não é um erro individual, a mesma entidade demorou, no ano de 2021, a publicar a tabela do torneio. A atitude prejudica não somente os times, mas também seus torcedores.

Neste dia da mulher, poderia abordar alguma reflexão mais significativa, mas escolhi falar disso para explicitar que nem só de conquistas e glórias vive o futebol feminino atualmente. Se em alguns momentos vivemos boas experiências, se elas seguem aumentando, alguns velhos hábitos seguem nos rondando, como uma sombra que só irá subir se jogarmos uma luz acima dela. Esta é a luz e eu espero que, todos que possam vê-la, não somente olhem, mas também sejam vigias com suas lanternas, para que o futebol feminino nunca mais viva no escuro que outrora já foi escondido. 

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