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Jogos de um só tempo e time sem 11 titulares: a realidade do Cearense Feminino 2022
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Jornalista e colunista de futebol feminino do Esportes do O POVO. Graduada em Jornalismo no Centro Universitário Sete de Setembro (Uni7). Já passou por assessorias de imprensa e foi repórter colaborativa da plataforma de notícias VAVEL Brasil

Iara Costa esportes

Jogos de um só tempo e time sem 11 titulares: a realidade do Cearense Feminino 2022

A uma rodada do fim, primeira fase do Estadual deu "show" em ausências de minutos jogados e de jogadoras em campo
Tipo Opinião
Fortaleza goleia Arsenal pela quinta rodada do Cearense Feminino.  (Foto: Mateus Lotif/Fortaleza EC)
Foto: Mateus Lotif/Fortaleza EC Fortaleza goleia Arsenal pela quinta rodada do Cearense Feminino.

A primeira fase do Campeonato Cearense Feminino será encerrada no próximo sábado, 29, quando as oito equipes que correm atrás do troféu entram em campo no período vespertino. Nas cinco rodadas já disputadas, as partidas foram previsíveis e maçantes, com amplas goleadas distribuídas pelos times mais fortes e atuações sem qualquer competitividade dos times mais fracos.

Toda essa previsibilidade não aconteceu à toa. Sem estrutura ou mesmo condição física e financeira de competir contra os maiores, algumas equipes atuaram durante as rodadas com o número mínimo de atletas, algo permitido pelo regulamento. Com lesões normais de jogo, algumas partidas tiveram de ser encerradas com apenas um tempo disputado.

As equipes que apresentaram esses problemas, Arsenal e Campo Grande, conseguiram ir ao jogo da primeira rodada com 11 titulares, mas isso não se repetiu em todas as disputadas. As duas equipes atuaram em alguns momentos sem o básico, conforme apresento a seguir. 

Na segunda rodada, por exemplo, o Campo Grande enfrentou o Guarani com apenas oito titulares e sem reservas. Assim, quando duas atletas se machucaram e a equipe ficou com apenas seis peças, a partida foi encerrada aos 48 minutos do primeiro tempo. Na terceira rodada da competição, foi a vez de o Arsenal jogar com um número mínimo de atletas (9) e ter o jogo encerrado aos 27 minutos do primeiro tempo. Na ocasião, o embate foi finalizado em 8 a 0 para o Ceará.

No jogo seguinte, novamente a equipe de Caridade entrou em campo com um número menor que o normal. Somente dez atletas estavam em campo quando o grupo foi goleado pelo Vovô por 22 a 0. Na quinta rodada, disputada neste final de semana, tanto Campo Grande quanto Arsenal entraram em campo com dez atletas titulares e sem banco. A equipe juazeirense perdeu para o rival Guarani-J por 13 a 1, enquanto o time do grupo A sofreu 25 tentos do Fortaleza. Todos esses dados estão disponíveis na súmula das partidas.

Em teoria, um jogo com essa quantidade de jogadoras é aceito por conta do regulamento, que prevê que uma partida pode ocorrer com, no mínimo, sete atletas em campo em cada time. Na prática, no entanto, é constrangedor que esses jogos ocorram rodada após rodada e nenhuma ação pública seja tomada. A crítica não é feita com o intuito de prejudicar as duas equipes, mas sim chamar atenção de todos os participantes para o fato de que o campeonato está acontecendo de qualquer jeito e — não somente por isso — perde seu valor.

Não há na história do futebol título que seja comemorado com vigor quando este é conquistado em um campeonato pela metade, em que somente metade do tempo dos jogos ocorre e parte dos times adversários entrem em campo. É preciso que uma providência seja tomada, não só pelo bem do futebol feminino e cearense, mas também pelo respaldo e respeito das próprias equipes participantes e daquelas que podem vir a levantar o troféu no dia 5 de novembro.

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