Jornalista e colunista de futebol feminino do Esportes do O POVO. Graduada em Jornalismo no Centro Universitário Sete de Setembro (Uni7). Já passou por assessorias de imprensa e foi repórter colaborativa da plataforma de notícias VAVEL Brasil
Jornalista e colunista de futebol feminino do Esportes do O POVO. Graduada em Jornalismo no Centro Universitário Sete de Setembro (Uni7). Já passou por assessorias de imprensa e foi repórter colaborativa da plataforma de notícias VAVEL Brasil
O Ceará feminino iniciou o ano da pior maneira possível. A vitória do Flamengo no embate da Supercopa Feminina já era certa, dado os investimentos das duas equipes. Entretanto, o que foi exposto no duelo foi algo bem mais escandaloso que o placar de 10 a 0.
Um elenco que antes era equiparado a algumas equipes do Brasil hoje não passa de um apanhado de jovens meninas, algumas recém saídas da infância, com 14 anos de idade. Elas possuem suas qualidades enquanto atletas, mas jamais deveriam ter sido exibidas como foram. Na goleada, a fragilidade de garotas na frente de mulheres ficou latente, pro país inteiro assistir na maior emissora do Brasil. Nenhuma pessoa que sonha em jogar bola deveria passar por isso.
As jogadoras do Ceará mereciam menos ainda. Após o desmonte feito na modalidade e em outros setores, elas aceitaram estar ali para defender a instituição, mesmo sabendo que seria difícil, pouco atraente financeiramente e que os infortúnios seriam maiores que as glórias. Estar em campo hoje com a camisa alvinegra seria (e será durante toda a temporada) uma grande resistência.
Em troca, até o momento, receberam uma exposição indevida e denotada por todo o Brasil nas redes sociais. E enquanto elas eram fragilizadas na frente do país inteiro, os dirigentes responsáveis pelo desmonte do grupo nunca abriram a boca para falar sobre o assunto.
Ao site dibradoras, o clube se limitou a explicar, por meio de uma nota, que "ainda viabiliza recursos para a montagem do grupo de maior competitividade" e salienta ainda que decidiriam por manter a modalidade apesar de "já não haver obrigatoriedade na manutenção". Os jogadores, responsáveis pela perda de receita que afetou a modalidade e outros setores do clube, nunca sequer pediram desculpas pelo péssimo feito. E assim meninas foram expostas enquanto os homens se escondem cada vez mais.
Sendo justa, é necessário deixar claro que ainda há dentro do Ceará quem lute pela modalidade, pelo futsal e por todos que honram a camisa do Vovô. Entretanto, ao menos para o futebol feminino, estes não são maioria. Quando não se é maioria, o trabalho também se torna frágil. Não busco eximir ninguém de culpa, mas deixar claro que aqueles que lutam pelos outros não devem abraçar essas críticas.
E aqueles que merecem estas palavras devem sempre ser lembrados, mesmo que seja somente por este espaço semanal, pelo fracasso do que fizeram com a equipe feminina do Vovô.
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