Jornalista e colunista de futebol feminino do Esportes do O POVO. Graduada em Jornalismo no Centro Universitário Sete de Setembro (Uni7). Já passou por assessorias de imprensa e foi repórter colaborativa da plataforma de notícias VAVEL Brasil
Jornalista e colunista de futebol feminino do Esportes do O POVO. Graduada em Jornalismo no Centro Universitário Sete de Setembro (Uni7). Já passou por assessorias de imprensa e foi repórter colaborativa da plataforma de notícias VAVEL Brasil
As manhãs de sábado tem sido difíceis para aqueles que acompanham o futebol feminino do Ceará. No momento em que esta coluna está sendo escrita, as Alvinegras vão sendo derrotadas por 14 a 0 pelo Corinthians, na estreia outrora tão sonhada no Brasileirão Feminino A1. Este resultado já é o segundo grande revés da equipe no ano, que no início do mês perdeu para o Flamengo na Supercopa Feminina por 10 a 0.
Os resultados expõe muitas coisas. O não trabalho da diretoria pelo mínimo para modalidade que em 2022 correspondeu a todas as expectativas, a fragilidade da equipe e, ainda, atletas que só sonham em jogar, mas sequer possuem preparo físico pra uma primeira divisão de um campeonato profissional (e obviamente isso não é culpa delas).
Com uma sequência ruim de resultados, a pergunta que fica é: por mal motivo o Ceará se expõe a isso? A resposta está no regulamento geral de competições da CBF.
Desde o rebaixamento da equipe masculina, o clube avaliou que seria difícil manter o patamar de investimento em outras modalidades, pois o foco seria o acesso à primeira divisão. A desistência da participação do Brasileirão Feminino foi cogitada, mas o clube recuou da ideia ao saber que, conforme artigo 71 do regulamento da CBF (veja o documento aqui), teria que ficar suspenso por dois anos de qualquer competição coordenada pela instituição na modalidade. Deste modo, caso não jogasse a A1, o Ceará só poderia voltar a qualquer competição de futebol feminino com selo da CBF em 2025.
Essa volta teria ainda que ocorrer de forma gradual. Se o regulamento de hoje persistir, por exemplo, o Ceará teria que passar dois anos apenas jogando campeonato estadual, o que tornaria complicado na manutenção de todo o projeto. O grupo ainda teria que vencer o Campeonato Cearense feminino dois anos depois para conquistar vaga no Brasileirão A3 e, por meio dele, caçar novamente o acesso à A2 e posteriormente à A1.
Embora essa ideia não fosse tão negativa para aqueles que não se importam — e infelizmente há quem não se importe no Vovô, como em qualquer clube comandado majoritariamente por homens —, algumas pessoas não desistiram do torneio pelo entendimento de que seria prejudicial a longo prazo para o time em si.
Não há, no entanto, como mensurar o quanto está sendo prejudicial essa exposição tão negativa, mas são escolhas difíceis que infelizmente precisam ser feitas.
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