Jornalista e colunista de futebol feminino do Esportes do O POVO. Graduada em Jornalismo no Centro Universitário Sete de Setembro (Uni7). Já passou por assessorias de imprensa e foi repórter colaborativa da plataforma de notícias VAVEL Brasil
Jornalista e colunista de futebol feminino do Esportes do O POVO. Graduada em Jornalismo no Centro Universitário Sete de Setembro (Uni7). Já passou por assessorias de imprensa e foi repórter colaborativa da plataforma de notícias VAVEL Brasil
Ceará e Fortaleza passaram os últimos anos do futebol feminino lutando e batendo na trave por evolução e ascensão. Em Porangabuçu, o Vovô cresceu aos poucos o investimento — mas nunca passou de 1% do orçamento total — e, após várias tentativas, conquistou o sonhado acesso à A1. Quando isso ocorreu, entretanto, veio o baque do descenso no masculino.
O resultado dessa somatória já é de conhecimento nacional e vai se fortalecendo a cada rodada do Brasileirão A1. O Alvinegro tirou a modalidade dos trilhos diminuindo drasticamente o investimento, desmontando elenco e comissão técnica, e deixou a bronca para meninas e contratações feitas às pressas.
Para além de um elenco montado mediante uma crise de imagem, o Ceará é lanterna com mais de 30 gols tomados após cinco rodadas e joga na A1 um futebol irritante de se assistir. As jogadoras lutam, tentam, mas o telespectador que acompanha sabe que assistir a um jogo das Alvinegras é como presenciar, semanalmente, alguém tenta vencer uma guerra sem saber se defender e tendo péssimas estratégias de ataque.
Se a luta do Vovô é contra o descenso, a equipe precisa melhorar suas táticas. As goleadas ocorrem não só pela disparidade técnica, mas pela insistência em filosofias que não funcionam para uma equipe emergente em um campeonato de um turno só.
No Pici, muito embora a temporada ainda não tenha começado, já se vê movimentações no mercado com quatro reforços anunciados. A tabela do Brasileirão A2 foi divulgada na última semana, e o Fortaleza irá estrear no Grupo B diante do JC Futebol Clube-AM, no dia 16 de abril, às 16 horas, em local a definir.
As perspectivas para a temporada — e para o futebol feminino no âmbito geral — ainda são nubladas, no entanto. No ano em que tem um orçamento previsto de quase R$ 210 milhões, o Leão investe apenas 0,414% desse valor na modalidade, em torno de R$ 870 mil. O valor é superior ao dedicado nos últimos anos, mas ainda irrisório caso a meta do time seja fortalecer a modalidade e não apenas mantê-la por uma mera obrigação da CBF.
Exemplo em diferentes âmbitos de gestão, o Fortaleza ainda peca bastante com o futebol feminino. Não só pelo baixo investimento, mas em pequenos detalhes como divulgação — seja nas redes sociais ou no próprio site do clube — e aproximação do torcedor para com a modalidade. Isso precisa ser melhorado.
No fim, são dois casos completamente diferentes, mas o que fica de recado na temporada no primeiro trimestre é que as duas equipes precisam olhar com mais profissionalismo para a modalidade. Seja para buscar melhores táticas ou financeiras, o futebol feminino precisa ser levado a sério assim como o futebol masculino é. Caso contrário, nunca vai deixar de ser apenas 'um peso' e 'uma despesa' e nunca vai conseguir andar com as próprias pernas.
Ôpa! Tenho mais informações pra você. Acesse minha página e clique no sino para receber notificações.