Jornalista e colunista de futebol feminino do Esportes do O POVO. Graduada em Jornalismo no Centro Universitário Sete de Setembro (Uni7). Já passou por assessorias de imprensa e foi repórter colaborativa da plataforma de notícias VAVEL Brasil
Jornalista e colunista de futebol feminino do Esportes do O POVO. Graduada em Jornalismo no Centro Universitário Sete de Setembro (Uni7). Já passou por assessorias de imprensa e foi repórter colaborativa da plataforma de notícias VAVEL Brasil
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou ontem à tarde a desconvocação do ponta-direita Antony da seleção brasileira. O jogador do Manchester United, da Inglaterra, é acusado de violência doméstica pela ex-namorada, a DJ e influenciadora Gabriela Cavallin, desde julho de 2023, quando as primeiras matérias sobre o assunto passaram a circular no Brasil. Atualmente, o atleta é alvo de uma investigação pela Justiça de São Paulo.
Ainda que a denúncia exista há três meses, somente após enorme repercussão de uma reportagem divulgada pelo site UOL, com vídeos e fotos do caso, é que a CBF decidiu tomar uma atitude. Vale ressaltar que são fotos novas, mas algumas delas já existiam, mesmo fazendo parte de um processo sigiloso, assim como registros de conversas em que o jogador supostamente ameaça a vítima fisicamente, além de agredi-la verbalmente. Para violência contra a mulher, este foi o protocolo.
Bem diferente do que ocorreu com Lucas Paquetá, que foi cortado da convocação ao ser investigado por violações de apostas pela Federação Inglesa. Parece que há dois pesos e duas medidas para crimes de ódio e de fraude/manipulação, e não deveria ser assim. A camisa da seleção brasileira representa o que há de melhor no Brasil, seu "futebol arte", e não deve manchada assim.
Ainda que o pentacampeonato tenha sido construído com ajuda de figuras controversas, é hora de mudar. Reutilizando a lógica do presidente do Fortaleza, Marcelo Paz, ao defender o fim de cânticos homofóbicos no estádio, não é porque "sempre foi assim" que não devemos mudar.
Se um atleta é alvo de uma investigação, ainda que a Constituição estabeleça a presunção da inocência, a CBF deve resguardar a própria imagem e a do Brasil que representa.
Falando na instituição, a resposta — ainda que tardia da CBF — é um excelente reflexo do motivo pelo qual devemos mesclar debates sociais ao futebol. Se não fosse a publicação de novas provas da denúncia feita pelo UOL, que forçou o jogador a se pronunciar, dificilmente a entidade teria respondido com o corte — tardio — do atleta, já que a denúncia já existia antes.
Parte do papel da imprensa, ainda que não seja bem aceito ou compreendido por parte retrógrada da sociedade, é justamente esse. E doa a quem doer, por mais tarde que seja, estamos avançando neste sentido.
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