
Jornalista e colunista de futebol feminino do Esportes do O POVO. Graduada em Jornalismo no Centro Universitário Sete de Setembro (Uni7). Já passou por assessorias de imprensa e foi repórter colaborativa da plataforma de notícias VAVEL Brasil
Jornalista e colunista de futebol feminino do Esportes do O POVO. Graduada em Jornalismo no Centro Universitário Sete de Setembro (Uni7). Já passou por assessorias de imprensa e foi repórter colaborativa da plataforma de notícias VAVEL Brasil
No início da semana, o técnico e ex-jogador de futebol, Cuca, se pronunciou acerca da condenação — agora anulada — por ter mantido relações sexuais com uma menor de idade durante uma excursão do Grêmio à Suíça, em 1987. Em carta lida durante uma coletiva de imprensa do Athletico-PR, atual equipe que defende na beira dos gramados, o profissional classificou como um erro ter se omitido em relação ao assunto por tantos anos e pediu desculpas às mulheres por não ter se posicionado, se comprometendo a combater a violência contra a mulher.
A atitude do treinador seria nobre se fosse natural, mas não foi. Cuca apenas falou o que lhe foi sugerido pela jornalista e colunista do Uol, Milly Lacombe, durante o programa 'Fim de Papo', do veículo de comunicação. Dias antes da fala do técnico, a profissional viralizou nas redes sociais ao pontuar que Cuca não havia entendido que a manifestação contrária a sua contratação não ocorria somente em decorrência da sua condenação, mas pela defesa do fim da naturalização no meio do futebol da cultura da violência contra a mulher. Na fala, a jornalista aproveitou a oportunidade para sugerir que ele fosse um aliado na luta e assim ele se colocou, mas somente em palavras.
Ações muitas vezes falam mais do que um emaranhado de letras. Se Cuca falava de coração, deveria inicialmente ter se pronunciado sem uma cola, sem praticamente copiar e colar o que a jornalista sugeriu como ocorreu. Soaria mais natural.
E principalmente, Cuca poderia ter se envolvido ao invés de só falar em combater a violência contra a mulher. Por que não auxiliar financeiramente ou dar visibilidade a órgãos que protegem vítimas de violência doméstica, por exemplo? Ser um aliado na luta contra a naturalização no meio do futebol da cultura da violência contra a mulher é ser bem mais que só um porta-voz de uma mensagem criada por uma assessoria e parece que o técnico não entendeu bem isso. E, infelizmente, ao que parece, das palavras e promessas em ser um aliado não vai passar, já que muitos já ficaram satisfeitos com as palavras previamente escritas do treinador.
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