Jornalista e colunista de futebol feminino do Esportes do O POVO. Graduada em Jornalismo no Centro Universitário Sete de Setembro (Uni7). Já passou por assessorias de imprensa e foi repórter colaborativa da plataforma de notícias VAVEL Brasil
Jornalista e colunista de futebol feminino do Esportes do O POVO. Graduada em Jornalismo no Centro Universitário Sete de Setembro (Uni7). Já passou por assessorias de imprensa e foi repórter colaborativa da plataforma de notícias VAVEL Brasil
Dentre o orçamento de R$ 229,4 milhões para 2025, o maior da história do Ceará, o clube divulgou que irá investir R$ 714 mil no futebol feminino em 2025, ano em que as Alvinegras irão disputar a Série A3 do Brasileirão e defender o título do Campeonato Cearense.
Conforme documento publicado no site oficial do time, R$ 568 mil desse valor irá diretamente para o pagamento de salários, direitos de imagem, impostos sobre folha (como INSS, FGTS e PIS), além de 13° salário, rescisões e outros benefícios, como vale-refeição, vale-transporte e alimentação, com a previsão de gastos mensais de R$ 47.333,33. Esses pagamentos irão abarcar atletas, comissão técnica, coordenação e supervisão. Os outros R$ 146,2 mil serão divididos em gastos com materiais e manutenção (R$ 3 mil), serviços de terceiros (R$ 35,2 mil), despesas gerais (R$ 24 mil) e jogos e competições (R$ 84 mil).
Esses valores não são tão chamativos como outrora, quando o Ceará chegou a investir R$ 1,6 milhão na modalidade e colheu frutos com um acesso e a conquista da Série A2. Na verdade, no histórico dos últimos cinco anos, esse será o segundo menor valor aplicado pela equipe no grupo feminino, só não sendo tão baixo que o de 2023.
Em relação aos números divulgados, R$ 47.333,33 mensais, quando dividido para pagar atletas, comissão técnico, coordenação e supervisão em questões como salário e benefícios, tornam o valor praticamente uma ajuda de custo. Para exemplificar, caso falássemos somente de salário envolvendo 30 pessoas, o pagamento individual seria de R$ 1.577,77. Hoje, um salário mínimo é de R$1.518. E, no caso do Ceará, o valor é detalhado para englobar salário, direitos de imagem, impostos sobre a folha, 13° salário e outros benefícios, de modo que o valor que será gasto, mesmo se dividido de maneira igual, independentemente do cargo da pessoa, seria menor que o piso salarial mínimo brasileiro.
Mas para ser justa e não ficar somente no campo da reclamação, é possível acentuar que a equipe masculina do Vovô recentemente retornou para a Série A do Brasileirão, de modo que não era esperado que o clube voltasse a investir mais de R$ 1 milhão na modalidade, principalmente por se tratar de um grupo que, por decisão anterior da diretoria em desistir da A2, irá disputar a terceira divisão do futebol feminino.
Também é provável que esse valor, mesmo se tornando praticamente uma ajuda de custo, infelizmente seja ainda maior que outros times que irão jogar a mesma competição — o que não exatamente torna tudo melhor.
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