
Jornalista e colunista de futebol feminino do Esportes do O POVO. Graduada em Jornalismo no Centro Universitário Sete de Setembro (Uni7). Já passou por assessorias de imprensa e foi repórter colaborativa da plataforma de notícias VAVEL Brasil
Jornalista e colunista de futebol feminino do Esportes do O POVO. Graduada em Jornalismo no Centro Universitário Sete de Setembro (Uni7). Já passou por assessorias de imprensa e foi repórter colaborativa da plataforma de notícias VAVEL Brasil
O que são 1.846 torcedores em um estádio? Para muitos, um público baixo, que pouco se destacaria durante uma partida. Obviamente, isso também depende do tamanho do campo, já que 20 mil pessoas no estádio Presidente Vargas dão um calor que o mesmo número na Arena Castelão não dão. Mas o fato é que 1.846 pessoas conseguem, sim, fazer a diferença em um jogo de futebol.
Neste final de semana, no suado empate sem gols do Fortaleza diante do Minas Brasília-DF, foi exatamente esse número de pessoas que fez a completa diferença ao empurrar as Leoas rumo ao acesso. Ainda que talvez eu esperasse um pouco mais de tricolores — e é preciso dar o mérito de que o Fortaleza tentou levar um bom número de torcedores com ações —, cada presente merece ser elogiado por ter se disposto a transformar um dia histórico em algo ainda mais especial.
E não denoto isso apenas pelas minhas próprias percepções. Em anos que já ocupo esse espaço, a ausência de torcida em partidas, especialmente decisivas, já foi um calo que muito me apertou, mas eu sei que sou apenas uma espectadora — com opiniões — da equação futebol feminino, clube e torcida. Destaco isso porque também senti pessoalmente e, como admiradora e observadora da modalidade, sei o quanto cada pessoa, dentro e fora de campo, merecia se sentir abraçada por uma torcida que sabe ser o 12° jogador quando necessário. E sei que assim elas se sentiram.
Foi possível ver e sentir, quase como algo palpável, como cada jogadora se sentiu especial por enfim ter alguém além das 20 ou 30 cabeças já conhecidas do setor social apoiando-as. Foi algo destacado também pela Jhow em entrevista cedida no programa "Esportes do POVO", da rádio O POVO CBN. A palavra "lisonjeada" utilizada por ela não foi à toa.
A esperança agora é que, nos próximos jogos, esse abraço da torcida tão leal seja ainda maior. Que mais e mais pessoas se juntem, não apenas pelo futebol feminino em si, mas porque cada atleta e cada funcionário responsável por esse êxito e pela campanha invicta merece sentir mais uma vez acolhido e visado. São pessoas que honram o clube tanto quanto aqueles que recebem 10 vezes mais para isso — e às vezes nem assim honram o suficiente.
Futebol e as ressonâncias do ser mulher no mundo esportivo. Sem estereótipo. Acesse minha página e clique no sino para receber notificações.