
Jornalista e colunista de futebol feminino do Esportes do O POVO. Graduada em Jornalismo no Centro Universitário Sete de Setembro (Uni7). Já passou por assessorias de imprensa e foi repórter colaborativa da plataforma de notícias VAVEL Brasil
Jornalista e colunista de futebol feminino do Esportes do O POVO. Graduada em Jornalismo no Centro Universitário Sete de Setembro (Uni7). Já passou por assessorias de imprensa e foi repórter colaborativa da plataforma de notícias VAVEL Brasil
Dentre as maiores bobagens pelo qual as pessoas podem arrumar confusão na rede social X (antigo Twitter), uma "rinha" promovida por duas torcidas me apeteceu neste final de semana: a de recorde de público na final do Brasileirão Feminino A1 de 2025. De um lado, as Cabulosas comemoravam ter levado 19.175 pessoas na primeira final no Independência, em Belo Horizonte (MG), número maior que o da semifinal diante do Palmeiras, à qual 13.533 torcedores haviam comparecido.
Do outro, a torcida das Brabas debochava do "baixo" número, acentuando que o recorde do futebol nacional é da torcida corintiana, que já levou 44.529 adeptos para a Neo Química Arena na conquista do hexa da A1, em 2024. De acordo com dados do site Olympics, as maiores médias de público são da torcida corintiana em solo brasileiro, com exceção ao recorde geral da modalidade que é de Brasil x Suécia, pelas semifinais do Jogos Olímpicos Rio-2016.
Uma briga saudável — apesar do mau palavreado utilizado por alguns usuários — e que, ao final de tudo, só quem tem a ganhar é o futebol feminino brasileiro. Afinal, se a tendência for que as torcidas entrem em competição para ver quem manda mais torcedor ao estádio, mais e mais pessoas irão buscar incentivar a modalidade, nem que seja para vencer esse argumento.
E, brincadeiras à parte com a discussão de rede social, é acolhedor para qualquer fã e incentivador de futebol feminino ver que as "brigas" hoje são por quem comparece mais. O episódio, por mais bobo que seja, era inimaginável alguns bons anos atrás. Hoje, ele revela um pouco da força que o futebol feminino, que aos poucos tem conseguido ganhar o torcedor de alguns times.
A torcida agora é que essa "rinha" se estenda para outros estados (mas que, claro, se mantenha somente nas redes sociais). Que venham mais estádios cheios, mais torcidas "brigando" para ver quem mais apoia suas jogadoras, seja só pela paixão ou pela rivalidade. E que essa disputa não fique restrita aos números de público: que ela impulsione os investimentos, as aberturas de arquibancadas dos estádios aos campeonatos e também a mídia a dar a visibilidade que a modalidade merece. Porque, no fim, quanto mais gente se sentir parte dessa história, mais o futebol feminino cresce.
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