
Jornalista e colunista de futebol feminino do Esportes do O POVO. Graduada em Jornalismo no Centro Universitário Sete de Setembro (Uni7). Já passou por assessorias de imprensa e foi repórter colaborativa da plataforma de notícias VAVEL Brasil
Jornalista e colunista de futebol feminino do Esportes do O POVO. Graduada em Jornalismo no Centro Universitário Sete de Setembro (Uni7). Já passou por assessorias de imprensa e foi repórter colaborativa da plataforma de notícias VAVEL Brasil
O Campeonato Cearense Feminino finalmente começou nesse final de semana, com goleadas de Ceará e Fortaleza. Na abertura do torneio, as Leoas venceram a equipe do The Blessed por 9 a 0 em casa, no CT Ribamar Bezerra. Algumas horas depois, no CT Franzé Morais, as Alvinegras bateram o São Gonçalo por 9 a 2. Apesar dos placares quase idênticos, a dupla do Clássico-Rainha apresentou atuações distintas.
Com um elenco recentemente reformulado com quatro contratações, o Ceará enfrentou alguma resistência do São Gonçalo nos minutos iniciais, mas conseguiu construir o resultado ainda no primeiro tempo. O Fortaleza, por sua vez, com um grupo mais entrosado e conhecido, não encontrou dificuldades diante do The Blessed. O hat-trick de Tainá e o doblete de Akhemi encaminharam cedo a goleada tricolor.
O que salta aos olhos nas duas partidas, no entanto, são as disparidades técnicas e físicas entre os times. Vivendo sua temporada de auge com o acesso à Série A1 do Brasileirão Feminino, era natural que o Fortaleza se mostrasse dominante. O Ceará, mesmo após um ano sem conquistas expressivas, também se impôs sem grandes obstáculos. O desequilíbrio entre as forças do Estadual foi tão evidente que chegou a ser constrangedor.
Não se trata de desmerecer os adversários. Existe honra em encarar, com bravura, um duelo de Davi contra Golias como foram as duas partidas, e isso precisa ser reconhecido. A questão é: se em 2027 sediaremos na Arena Castelão uma Copa do Mundo Feminina, não seria hora de refletir sobre como tornar o Cearense mais competitivo? Ampliar apoio, dar estrutura e reforçar os projetos sociais e clubes menores que integram o torneio pode ser o caminho por parte do poder público.
O fortalecimento do campeonato não beneficiaria apenas os times menores, mas também Ceará e Fortaleza. Afinal, uma competição só ganha valor quando é disputada em condições mais equilibradas. Caso contrário, corremos o risco de repetir, ano após ano, o mesmo roteiro de goleadas previsíveis e de uma hegemonia incontestável. E se o objetivo é impulsionar o futebol feminino no Estado como o próprio governador Elmano de Freitas citou na oficialização da cidade como sede, talvez seja hora de pensar em algo a mais.
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