Jornalista e colunista de futebol feminino do Esportes do O POVO. Graduada em Jornalismo no Centro Universitário Sete de Setembro (Uni7). Já passou por assessorias de imprensa e foi repórter colaborativa da plataforma de notícias VAVEL Brasil
Jornalista e colunista de futebol feminino do Esportes do O POVO. Graduada em Jornalismo no Centro Universitário Sete de Setembro (Uni7). Já passou por assessorias de imprensa e foi repórter colaborativa da plataforma de notícias VAVEL Brasil
É chegado o dia da decisão do Campeonato Cearense Feminino e, curiosamente, o favoritismo que acompanhava o Fortaleza entre as semifinais, ressaltado nessa coluna semanas atrás, dá uma leve balançada. Não é que o time tenha deixado de ser forte, nem que o talento coletivo tenha evaporado de uma partida para outra, mas o 0 a 0 do primeiro jogo deixou uma sensação diferente no ar. O Ceará, que chegou mais pressionado na primeira final, soube embalar bem as Leoas, segurando muito bem o forte ataque adversário e transformando a primeira decisão em um exercício de paciência — e talvez até de frustração — para aqueles que esperavam uma atuação dominante do Tricolor.
As Alvinegras entraram ligadas, competitivas e conscientes de que não poderiam dar espaços — e que deveriam aproveitar bem o pouco que teriam para atacar. Nesse enredo, a equipe tirou velocidade, irritou o meio-campo do Fortaleza — que falhou em encontrar linhas de infiltração — e ainda obrigou o adversário a pensar o jogo de forma mais lenta do que gostaria. As Leoas, apesar da qualidade, talvez tenham sentido o acúmulo de jogos na temporada em que já disputaram 26 jogos: não faltou vontade, mas faltou esperteza e aquele toque final que, em geral, resolve jogos travados como foi a partida, bem como aquela decisão mais rápida no terço final. Enfim, faltou ao grupo de Erandir a leitura de que, em finais, a insistência pelo mesmo caminho costuma ser o passaporte para o erro.
O bom desse novo panorama para a final desta terça-feira, 25, às 19 horas, no estádio Presidente Vargas — para o campeonato e para quem acompanha — é que o jogo fica completamente aberto. A vantagem psicológica saiu das mãos do Fortaleza, mas não se firmou em nenhuma outra. Está ali, flutuando, pronta para ser agarrada por quem entender melhor o momento quando a bola rolar. E é justamente essa indefinição que torna o confronto mais interessante: uma final viva, respirando imprevisibilidade, com potencial para entregar aquilo que o futebol feminino cearense merece.
Se a primeira partida trouxe boa audiência ao Esportes O POVO e para a TV O POVO, a segunda carrega a esperança de algo maior: um jogo mais franco, mais ousado, mais decidido — e, sobretudo, à altura do crescimento que o cenário local tem mostrado. Que venha o derradeiro capítulo.
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