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O casamento da minha melhor amiga
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Inquieta, porém calma. Isabel Costa, a Bel, é mediadora de leituras, jornalista e professora. Realiza ações no âmbito da leitura, desde 2016, em Fortaleza e na Região Metropolitana. É especialista em Literatura e Semiótica pela Uece. Autora dos livros Pitaya e das obras experimentais Vitamina D, Querida Anne e Retalhos. Aos domingos, quinzenalmente, é possível ler as crônicas da Bel no Vida&Arte, caderno do O POVO

O casamento da minha melhor amiga

Isabel Costa: "O amor romântico é um grande clichê e eu não poderia começar essa crônica de uma forma mais cafona: citação bíblica de Coríntios"
Tipo Crônica
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coluna 1212 (Foto: jansen lucas)
Foto: jansen lucas coluna 1212

O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha.

Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor.

O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade.

Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
(1 Coríntios 13: 4-7)

O amor romântico é um grande clichê e eu não poderia começar essa crônica de uma forma mais cafona: citação bíblica de Coríntios. Mas, veja bem, é domingo e estou acordando com um fio de dor de cabeça e a barriga embrulhada - tudo fruto de uma ressaca daquelas.

Como eu sei disso? Sábado, 13, foi o casamento da minha amiga, Viviane Sobral, com o amor da vida dela, Juliano Medeiros, em uma festa que teve exatas nove horas de duração. Não sei se é tempo suficiente para celebrar o amor que transborda entre os dois - mas foi tempo para eu, e meus amigos, aproveitarmos o serviço de drinks, os salgadinhos volantes, as tais "finger foods" e a estação de sorvetes como se o domingo não fosse chegar. E, aparentemente, ele chegou - pois eu estou aqui vomitando e você, leitor, está com o O POVO em mãos.

Todos nós - os amigos - passamos mais de um ano juntos e acompanhando os desdobramentos que levaram até a cerimônia. Antes de "subir ao altar", Vivi e Ju já haviam "subido ao altar" outras duas vezes. Explico: uma cerimônia no cartório e um casamento nos parâmetros religiosos foram realizados meses atrás. Depois de casados no "padre e no civil", o casal reuniu amigos e família para, mais uma vez, brindar a alegria da conexão.

Por três vezes seguidas, em 2025, aceitaram dizer "sim" na frente um do outro. Não importa quem estava testemunhando ou celebrando. O pacto foi realizado entre os dois: sem pestanejar. Apenas amor. E para quem achou ruim a quantidade de cerimônias: eu só lamento.

Quando eu penso na Vivi e no Ju - e na forma como eles constroem o cotidiano, compartilham as vitórias, celebram cada data comemorativa, partilham as alegrias com os conhecidos - eu penso também que o amor existe. Não o relacionamento idealizado e frugal dos livros e dos filmes. Mas aquele amor tranquilo e bonito. Aquele tipo de amor é extremamente raro: o correspondido.

Não vou ficar aqui teorizando sobre os movimentos e as articulações necessárias para um relacionamento - e um casamento em si - dar certo. Eu não tenho conhecimento de causa. A única coisa que eu sei é que, enquanto você está lendo esse texto na manhã de domingo, 14 de dezembro, eu, a cronista que nunca tem ressaca, vou estar vomitando no banheiro. Que maravilha!

Essa crônica é a minha declaração de amor ao… amor! Ao amor da Vivi e do Juliano. Ao amor dos meus pais. Ao amor dos meus amigos. Amo amor que não busca rótulo. Ao amor que existe com e apesar das brigas. Ao amor que pede desculpas. Ao amor que promove uma festa farta, divertida e efusiva. Ao amor que não economiza, que não se abstém, que é parceria, que é companhia. Ao amor que, de fato, existe. Queria encerrar soltando um "viva aos noivos". Mas, depois de três casamentos, soaria até estranho. Então, um beijo pra Vivi e pro Ju.

Foto do Isabel Costa

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