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200 anos de cultivo de café no Maciço de Baturité
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Mestre de torras e barista do Atelier 1913, é uma entusiasta do café e investiga as inúmeras possibilidades do grão, em especial sua produção e consumo no Ceará.

Isabelly Giffony gastronomia

200 anos de cultivo de café no Maciço de Baturité

Tipo Opinião
Moedas do café usadas desde sempre como contagem para posterior pagamento às pessoas que colhiam café nas propriedades (Foto: Sítio São Roque/Divulgação)
Foto: Sítio São Roque/Divulgação Moedas do café usadas desde sempre como contagem para posterior pagamento às pessoas que colhiam café nas propriedades

O café chegou ao Ceará no século XVIII e, a partir de então, tornou-se uma importante cultura, sobrevivendo às instabilidades do mercado nacional e internacional e às limitações climáticas locais. Situado a uma distância de 100 km de Fortaleza, o Maciço de Baturité é definido como área de preservação de Mata Atlântica, onde dos 38.220 hectares ocupados pelo Maciço, 32.690 foram, em 1990, definidos como Área de Proteção Ambiental.

Com a chegada das primeiras sementes em nosso estado, logo notou-se que algumas modificações na forma de produção deveriam ser realizadas. Foram alguns anos de erros até chegar no modelo de produção no qual o Maciço de Baturité é reconhecido atualmente: cafés sombreados e, em sua maioria, agroecológicos.

Ao longo dos anos, a cultura do café marcou a história e a vida das cidades do Maciço, transformando a região. Hoje muitas dessas histórias podem ser vistas e ouvidas nos muitos atrativos da Rota Verde do Café - iniciativa de famílias locais junto ao Sebrae, onde são apresentadas diversas propriedades que tiveram sua importância cafeeira ao longo dos anos.

No Sítio São Roque, propriedade centenária e referência em cafés sombreados no município de Mulungu, a família Farias continua o legado iniciado por Alfredo Farias que, em 1913, arrematou o Sítio em leilão e logo pôs em prática seu sonho de ser cafeicultor. Para isso ele sabia que seria necessária uma grande revitalização do sistema agroflorestal que sombreia os cafés e assim o fez. Após ele, seu filho mais novo Gerardo Farias assumiu a propriedade e melhorou ainda mais a qualidade do café que ali produziam. Quem nos conta um pouco dessa história hoje é Mônica Farias - filha de Gerardo, que atualmente administra a propriedade. O legado da família continua através de Mônica, que recentemente foi eleita presidente da Associação dos Cafeicultores Ecológicos da Serra de Baturité (ECOCAFÉ), a mais nova associação de produtores da região, que atualmente trabalha para instaurar o selo de indicação geográfica dos cafés do Maciço de Baturité.

Ao longo do ano compartilharemos algumas dessas histórias aqui, para que se conheça e se valorize a luta de muitos agricultores cearenses ao longo desses 200 anos. Então, botem a água para ferver que teremos muitos papos cafeinados em 2022!

Sítio São Roque

@sitiosaoroquemulungu

(85) 99917-9923

Localizado em Mulungu, realiza visitas históricas guiadas aos sábados e domingos. Mais informações no número acima.

Sítio São Luís

@sitiosaoluis

(85) 99686-5700

Localizado em Pacoti, realiza visitas de quinta á domingo.

Podcast Vida&Arte
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