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Apenas Cid evita um grande derrotado na aliança
Ítalo Coriolano

Apenas Cid evita um grande derrotado na aliança

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A disputa interna no PDT para a escolha do nome que disputará o Governo chegou a níveis tão altos de acirramento que um cenário que deveria a todo custo ser evitado acabou se construindo: um dos grupos acabará saindo com a forte pecha de derrotado. De um lado, o ex-governador Camilo Santana (PT) e sua sucessora Izolda Cela. Do outro, o ex-ministro Ciro Gomes e o ex-prefeito Roberto Cláudio. A cada novo passo, uma resposta imediata, deixando claro que ninguém está disposto a ceder facilmente.

Num dia, Ciro reúne os quatro pré-candidatos e anuncia que uma pesquisa ajudará a definir quem concorrerá ao Palácio da Abolição. No outro, Izolda vai às redes sociais e minimiza a importância da ferramenta - que claramente favorece RC - e defende que os partidos aliados - incluindo PT e MDB -, participem da decisão. Nesse quesito, é ela quem sai em vantagem.

Depois, foi a vez de Camilo mover as peças, conseguindo adiar o encontro do PT que definiria a estratégia eleitoral do partido, e também chamando os pedetistas para um encontro a portas fechadas. Momento de lavar a roupa suja e encontrar alternativas para salvar a aliança.

Ou seja, a queda de braço existe, seja em movimentos sutis, seja em ações mais ousadas. E o que há de diferente em relação ao passado, quando Camilo foi definido como candidato ao Palácio da Abolição (2014) e José Sarto à Prefeitura de Fortaleza (2020)? Os Ferreira Gomes tinham o controle absoluto de tudo.

Agora, a realidade é diferente, com a atuação de um personagem que poucos acreditavam que pudesse se impor: o ex-governador petista. Quem imaginaria ver Camilo defendendo Izolda da forma que está fazendo, tendo consciência da preferência de caciques do PDT por RC? O pré-candidato ao Senado conquistou capital político próprio e faz uso dele. Entretanto, Izolda sendo a escolhida é também uma vitória do PT, sigla que Ciro avacalha dia sim e dia sim também. E Roberto Cláudio candidato? Camilo nadou e nadou para morrer na praia.

A preço de hoje, a principal alternativa capaz de unificar a aliança governista é o senador Cid Gomes (PDT), que tomou um "chá de sumiço" e se ausentou dos últimos momentos-chave da sucessão estadual. Que Cid sairá desse ostracismo momentâneo? Um Cid disposto a entrar na corrida eleitoral em nome da manutenção do projeto, ou o Cid que jogou a toalha e entregou para Ciro o controle de tudo? Os rumos do governismo estão nas mãos dele. n

 

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