Logo O POVO+
Um livro para ler e rua
Foto de Izabel Gurgel
clique para exibir bio do colunista

Jornalista, leitora, professora. Criou e faz curadoria das séries A Cozinha do Tempo e Cidade Portátil, dentre outras atividades.

Um livro para ler e rua

Tipo Crônica

Hoje às 17h, única sessão do espetáculo "Alie e as estrelas", do grupo Teatro Máquina, no Theatro José de Alencar. Grátis. Para todas as idades. Acontece no Teatro Morro do Ouro, um teatro de bolso de 90 lugares que faz parte do Cena, o Centro de Artes Cênicas do Ceará Padaria Espiritual, prédio anexo ao TJA de 1910.

Hoje às 19h30min, última sessão de "Medalha de Ouro" no teatro do Centro Dragão do Mar, com as atrizes Larissa Góes e Sol Moufer. Com a praça em obra, entra-se no Dragão pelas ruas José Avelino ou Boris.

Você nunca viu teatro feito no Ceará? "Alie e as estrelas" e "Medalha de Ouro" podem ser uma ótima primeira vez.

Ator, diretor, professor, um pensador do teatro, Ricardo Guilherme faz 70 anos dia 21 de setembro próximo, um domingo. Tomara tenha RG em cena para você ver, pra gente ver.

Em aula-espetáculo (sobre mestres de teatro como Waldemar Garcia e Clóvis Matias, sobre Belchior, sobre teatros como o São José e o Zé de Alencar, dentre outros 'temas') ou espetáculos como bonitas lições magistrais de teatro (A Divina Comédia de Danta e Moacir, Flor de Obsessão, Apareceu a Margarida etc.), Ricardo Guilherme é sumo da flor da cena.

Um domingo, escrevi sobre a roupa criada por Lino Villaventura algo como 'na natureza nada se perde, nada se cria, tudo se transforma', pensando na citação que aprendíamos no colégio, aula de ciências.

Muitos domingos depois, tão logo o Museu da Fotografia abriu, fomos ver ao meio-dia as roupas Villaventura na exposição ainda em cartaz. Hoje, museu aberto das 12h às 17h. Acesso gratuito.

Adoraria fazer uma visita guiada por Lino e Inez Villaventura, para quem ele fez a primeira peça, (o colete está na exposição), e com quem partilha toda invenção.

Um encontro com Lino e Inez para nos contarem, por exemplo, dos bastidores do vestido-sol, o que me lembrou oferendas à divindade Sol. Um sol peitoral, a nos fazer lembrar dos saberes do manejo do ouro dos mundos de cá pré-colombianos. Obsessiva artesania, as manualidades em cada peça são aulas magnas de bordado, de corte, costura, de dobradura.

O que seria de nós, público, sem essa gente obsessiva?

Na exposição Villaventura, pensei em rendeiras e ceramistas com quem aprendo a prestar atenção. Desejei também que estivessem ali comigo a gente apaixonada pela flora, conhecedora do que forra o chão, da arquitetura de plantas e árvores. Me ajudariam a ver melhor, além do que está à vista, de onde Villaventura olha.

Gente que estuda diz que é um dos sentidos primeiros da palavra teatro. O lugar de onde se olha.

E o livro do título? Vou abrir dois hoje: o livro dos mestres, organizado por Dora Freitas e Silvia Moura, com fotos do Jarbas Oliveira; e o das coleções de renda do Museu Arthur Ramos, da professora Valdelice Carneiro Girão. Publicações da Fundação Waldemar Alcântara e UFC. Feitos no Ceará.

Foto do Izabel Gurgel

A soma da Literatura, das histórias cotidianas e a paixão pela escrita. Acesse minha página e clique no sino para receber notificações.

O que você achou desse conteúdo?