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Um diálogo franco com leitores e Redação
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Editor de Política do O POVO, escreve sobre Política Internacional. Já foi repórter de Esportes, de Cidades e editor de Capa do O POVO

Um diálogo franco com leitores e Redação

E ao falar sobre diálogo, me refiro a exercê-lo de uma maneira aberta e respeitosa com os leitores e com a Redação, fazendo uma conexão entre um e outro

Equilíbrio, serenidade, paciência e independência foram alguns dos termos que ouvi bastante nos últimos dias sobre as qualidades necessárias para o exercício do mandato como ombudsman. Valências citadas tanto por pessoas que passaram por este posto, quanto por colegas com os quais estive na Redação do O POVO. Eu acrescentaria mais uma que considero essencial: diálogo. E ao falar sobre diálogo, me refiro a exercê-lo de uma maneira aberta e respeitosa com os leitores e com a Redação, fazendo uma conexão entre um e outro.

Quanto à relação entre o leitor e o ombudsman, é limitante e ultrapassada a visão de que o segundo deve ser a voz do primeiro. Quando o leitor busca o ombudsman para ter ouvidas suas considerações sobre o conteúdo jornalístico produzido, ele busca a mediação com a Redação e um debate mais aprofundado e menos efêmero que o normalmente visto nas redes sociais.

Certa vez um amigo revelou o seu total desconhecimento em relação ao Jornalismo ao, ironicamente, afirmar que “se nós soubéssemos como as salsichas e as notícias são produzidas, jamais as consumiríamos”. Faz parte da função de ombudsman contribuir para que os leitores entendam melhor como funciona o processo. E, claro, acolher as críticas propositivas, concordar com os apontamentos pertinentes e compartilhá-los com a Redação.

Os jornalistas e os erros

O fazer jornalístico não é imune ao erro. Em 12 anos de profissão, perdi a conta das vezes nas quais me equivoquei. Não conheci um jornalista que nunca tenha errado. E olha que tive a sorte e o privilégio de conviver com alguns dos melhores profissionais de imprensa do País. Apontar esses erros é uma função básica da atividade do ombudsman que tem como objetivo justamente minimizá-los. Todo ser humano tem suas vaidades e é natural que nem sempre os jornalistas recebam as críticas numa boa.

O convívio entre a redação e o ombudsman hoje é muito mais harmônico e profissional do que era no início da função, há três décadas. E isso ocorre graças ao bom trabalho feito por profissionais que me antecederam neste posto e pela perseverança do O POVO em bancar um cargo que tem como premissa a independência para criticá-lo. Mas ainda é necessário que o ombudsman atue para desmistificar a ideia anacrônica dele como um inimigo, e não como um aliado da redação.

O objetivo é oferecer um produto de melhor qualidade ao leitor. Para isso, volto a citar a promoção de um diálogo maduro com repórteres e editores na coluna semanal externa e nas avaliações diárias internas a partir desta semana como instrumento fundamental de aprimoramento. Para mitigar erros e, sobretudo, aprofundar, identificar lacunas e aperfeiçoar a cobertura jornalística do O POVO, que entrou esta semana na contagem regressiva de três anos para o centenário.

Um grande desafio

Assumir o mandato de ombudsman é uma missão para lá de desafiadora, que me faz sentir orgulho e muita responsabilidade. Desde quando fui contratado pelo O POVO como repórter de Esportes, no fim de 2014, foram quatro mulheres no exercício deste cargo. Pela ordem, Daniela Nogueira, Tânia Alves, Juliana Matos Brito e Joelma Leal. Grandes profissionais com as quais aprendi bastante.

Também em agradecimento, cito jornalistas importantes que também estiveram nesta função e me fizeram crescer profissionalmente como Guálter George, Regina Ribeiro e Plínio Bortolotti. Além de outros colegas que estão ou estiveram na Redação do O POVO, com quem pude compartilhar grandes coberturas, alegrias e dissabores do Jornalismo.

Estar como ombudsman é algo diferente de tudo que já fiz como profissional. Como bem disse Joelma Leal na última semana durante a transmissão do cargo, “não há uma disciplina na faculdade que ensine a ser ombudsman”.

O olhar crítico que foi se desenvolvendo ao longo dos anos como repórter e editor nas apurações, análises e processos de escrita agora será redirecionado. O objeto de crítica muda e agora são as plataformas do O POVO. Mas segue a mesma essência deste olhar em prol de um Jornalismo que combata a desinformação e esteja a serviço da democracia e de uma sociedade menos desigual.

Parceria com a BBC Brasil

Desde a última terça-feira, 7 de janeiro, O POVO passou a reproduzir conteúdo da subsidiária brasileira da British Broadcasting Corporation (BBC). A companhia de mídia britânica é a principal referência mundial de qualidade e independência no que se refere a Jornalismo público. Outros veículos do País reproduzem conteúdo da BBC Brasil, mas a parceria com O POVO é a primeira da estatal com uma empresa do Nordeste.

Atuando no Brasil há 87 anos, a BBC Brasil traz ao O POVO conteúdos (produzidos no País ou traduzidos para a Língua Portuguesa) que prezam pela riqueza nas análises e pela clareza e simplicidade na abordagem de temas complexos.

“Estamos sempre preocupados em trazer o melhor conteúdo para o leitor do O POVO. A parceria com a BBC Brasil vai ao encontro disso. É um conteúdo de muita qualidade, com pautas bem ricas e diversas, que não estão necessariamente no campo da factualidade e abordam outros aspectos, ajudando a entendê-la melhor”, destacou Erick Guimarães, diretor de Jornalismo do O POVO.

Sem dúvida, é uma adesão de peso para O POVO, cujos leitores ganham com a possibilidade de acesso a produções bem interessantes. Nesses primeiros dias de parceria, os conteúdos de BBC Brasil ocuparam posição de destaque na home. Uma faixa com quatro matérias foi afixada logo abaixo da primeira camada com as principais notícias do portal.

Pautas mais curiosas e temas que estiveram em evidência ao longo da semana no mundo - como as mudanças na política de checagem de fatos da Meta, a posse de Nicolás Maduro na Venezuela e algumas das muitas bravatas proferidas por Donald Trump - foram destrinchadas em reportagens ricas em análise e destacadas na home.

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